No ano lectivo 2005-2006, o gabinete de Segurança do Ministério da Educação, recebeu 326 queixas de agressões contra professores dentro da escola e 64 denúncias de violência contra docentes nos acessos escolares. Isto é, em média, todos os dias pelo menos um professor é alvo de violência. Os dados foram apresentados, no Parlamento, pelo Coordenador do Observatório da Segurança Escolar, João Sebastião.
O Coordenador informou, também, esta terça-feira, que houve um aumento, no ano lectivo 2005-2006, das ocorrências violentas registadas em ambiente escolar. No entanto, o mesmo responsável questionou os instrumentos de recolha de informação, duvidando da fiabilidade dos actuais dados disponíveis.
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Na Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República, o responsável admitiu que os instrumentos de recolha de informação «demonstram diversas deficiências» e que as escolas têm «práticas muito diferenciadas de comunicação de ocorrências».
«Há uma ligeira tendência para o aumento do número de ocorrências registadas, mas desconhece-se se esse aumento é real, se não resulta da maior visibilidade sobre o fenómeno ou de uma maior preocupação das escolas», defendeu João Sebastião, na comissão parlamentar.
De acordo com dados apresentados hoje pelo coordenador do observatório aos deputados, o número de casos de «bullying» entre alunos dentro das escolas passou de 1.876 em 2004/05 para 2.160 no ano lectivo seguinte.
O «bullying» é o comportamento agressivo e intencional de alunos mais velhos, fortes ou populares sobre colegas mais novos e com menos popularidade, vítimas de rejeição social, insultos diários e até maus-tratos físicos.
Agressões nos acessos às escolas
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Em 2005/06 registaram-se ainda 207 agressões contra alunos nos acessos aos estabelecimentos de ensino, 326 agressões contra professores dentro da escola e 64 nos acessos e um total de 766 relatos de injúrias contra funcionários.
No total, registaram-se 3.523 ocorrências contra pessoas, às quais se juntam 1.768 acções contra o património - roubo de bens de alunos, professores, funcionários e equipamentos, só nos estabelecimentos de ensino sob alçada das direcções regionais de educação do Norte e Lisboa.
O responsável salientou que estes são dados internos das escolas transmitidos ao gabinete de segurança do Ministério da Educação e não as ocorrências registadas pelas forças de segurança (PSP e GNR) no âmbito do programa Escola Segura.
Para compreender melhor o tipo de problemas existentes nas escolas e para tornar os dados mais fiáveis, João Sebastião anunciou que o Observatório da Segurança Escolar «está a trabalhar na simplificação da comunicação de ocorrências de violência».
«Estamos a desenvolver um inquérito às condições práticas de segurança nas escolas, um formulário electrónico para a participação de ocorrências e um inquérito à vitimação dirigido aos diversos intervenientes no processo educativo», anunciou.
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