Espanha passou a ser o segundo país europeu com o maior número de trabalhadores portugueses nos últimos dois anos, apenas ultrapassada pela França, indica um estudo da Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola (CCILE), divulgado esta quinta-feira.
«A presença de portugueses no sector da construção destaca-se em Espanha pelo aumento significativo do número de trabalhadores [sobretudo nos últimos dois anos], onde só na Galiza há mais de dez mil trabalhadores», refere um estudo recente elaborado pela Câmara de Comércio. O trabalho assinala ainda que «muitos deles deslocam-se diariamente entre o Norte de Portugal e a Galiza».
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Mas, a preferência por melhores salários e trabalho em Espanha chegou também aos instrutores portugueses de condução. Actualmente calcula-se que cerca de 3.500 instrutores portugueses estão a trabalhar no país vizinho, segundo dados da APEC - Associação Portuguesa das Escolas de Condução.
No mesmo sentido, as empresas de líderes em Espanha no sector da segurança e vigilância contrataram 150 funcionários para trabalhar no país.
Também o número de estudantes que frequentam as faculdades espanholas ultrapassa os quatro mil alunos, assinala o estudo da CCILE. O estudo realça ainda que os estudantes portugueses em Espanha se concentram maioritariamente nas áreas da medicina e da arqueologia.
Além disso, são diversos os gestores portugueses em multinacionais e em altos lugares de direcção de empresas espanholas, nomeadamente António Calçada de Sá, administrador da Repsol, e Viana Baptista na Telefónica.
Empresas também emigraram para Espanha
Em Espanha já operam 400 empresas portuguesas, sendo quase metade responsáveis pela manutenção de 21 mil postos de trabalho, conclui o mesmo estudo: «Durante bastante tempo a presença de empresas de capital português rondou a centena, mas nos últimos dois anos observou-se uma grande expansão em direcção a Espanha».
O estudo justifica a expansão das empresas portuguesas para Espanha com vista a «escapar à situação económica menos favorável que se vive em Portugal, bem como a aproveitar as sinergias e as vantagens de um mercado que é 4,5 vezes superior ao português, em número de consumidores, Produto Interno Bruto (PIB) e, porventura, maior poder de compra».
Os resultados deste estudo são tanto mais relevantes se comparados com as empresas de capital espanhol que actualmente existem em Portugal, na ordem das 650 unidades, o que corresponde a um crescimento moderado em relação a 2005, ano em que foram identificadas 523.
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