Já fez LIKE no TVI Notícias?

Nanotecnologia pode baixar o preço das células solares

O objectivo é tornar mais acessível a tecnologia de captura da energia solar

A utilização de materiais mais baratos, como «tintas» de nanopartículas impressas em papel ou pintadas em telhados para absorver a luz solar, poderá baixar o preço da produção de células solares.

Com a substituição do processo convencional de produção, Brian Korgel, engenheiro químico da Universidade do Texas em Austin e co-fundador em 2002 da empresa Innovalight, com sede na Califórnia, espera baixar os preços das células solares até um décimo dos actuais.

PUB

Elvira Fortunato, professora do Departamento de Ciência dos Materiais e Directora do CENIMAT (Centro de Investigação de Materiais) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, considera o trabalho «muito interessante».

«Vem exactamente no seguimento daquilo que temos vindo a fazer no nosso laboratório, a utilização de outras tecnologias de processamento de materiais mais baratos», disse a investigadora portuguesa, especialista mundial em micro-electrónica.

O objectivo da equipa de Brian Korgel é tornar mais acessível a tecnologia de captura da energia solar, tornando-a competitiva em relação aos combustíveis fósseis e amiga do ambiente, noticia a Lusa.

Soluções mais baratas

Nos últimos dois anos, estes investigadores têm vindo a desenvolver soluções com nanopartículas de materiais de baixo custo para a produção de células fotovoltáicas, tendo demonstrado recentemente o conceito no Journal of the American Chemical Society.

A ideia é que estas «tintas» poderiam ser impressas como numa rotativa de tipografia, através de um substrato de plástico ou aço inoxidável, ser pintadas em prédios e telhados, ou mesmo em vidros de janelas, por serem semi-transparentes.

PUB

A vantagem dos nanomateriais, que são dez mil vezes mais finos do que um cabelo, é que o seu tamanho microscópico lhes confere novas propriedades físicas que ajudam a produzir dispositivos mais eficientes.

Segundo Elvira Fortunato, o grande interesse destas soluções é poderem ser processadas de forma muito barata.

«Podem até fazer isto também recorrendo a uma impressora a jacto de tinta, pois caso seja necessário depositar estas células em área definida, com a pistola de pintura não é tão fácil», considera a cientista portuguesa.

«Trata-se da mesma linha de orientação: materiais e tecnologias de baixo custo e sobretudo amigos do ambiente», assinalou.

O que os investigadores norte-americanos pretendem agora obter para os seus protótipos de células solares é uma eficiência de dez por cento, a partir da qual o projecto passa a ter potencial de comercialização. Se isso acontecer, segundo Korgel, poderá começar a ser usado dentro de três a cinco anos.

PUB

Últimas