Os preços de electricidade para os consumidores domésticos são mais caros 7,8 por cento em Portugal do que em Espanha, mas as tarifas pagas pelos industriais portuguesas são mais baratas 5,7%, segundo dados do Eurostat, citados pela Lusa.
Esta variação é obtida com base nos dados do Eurostat, relativos às tarifas de venda a clientes finais (com impostos) do primeiro semestre de 2008, ponderados pelo consumo.
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Os mesmos dados ponderados mostram que as tarifas de vendas a clientes finais em Portugal estão 1,1% abaixo da média da União Europeia a 27 Estados-membros no caso dos consumidores domésticos, sendo mais barata 2,5% no caso dos clientes industriais.
O facto das tarifas para os consumidores domésticos serem mais baratas em Espanha do que em Portugal é justificada por vários especialistas do sector energético com o facto de em Espanha os preços de electricidade estarem longe de reflectir os custos de produção.
Por esse motivo, o Governo espanhol já assumiu a existência de um défice tarifário de 16.500 milhões de euros em 2008, que deverá atingir os 22.500 milhões de euros no final deste ano. Em Portugal, o valor do défice é de 2,1 mil milhões de euros.
Outra justificação para a discrepância de preços entre os dois países prende-se com o mix energético existente nos dois países, o qual é mais favorável em Espanha, referem os especialistas.
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Além de Espanha ter energia nuclear, a sua produção a partir de centrais a carvão e de ciclo combinado a gás natural é mais eficiente que a portuguesa, devido aos avultados investimentos efectuados.
A situação tenderá a mudar quando em Portugal entrarem em funcionamento as novas barragens já projectadas e as centrais de ciclo combinado mais eficientes.
Por último, a diferença de preços é explicada também pelo congestionamento das linhas eléctricas, devido à insuficiente capacidade de interligação entre os dois países.
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