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Provas de aferição criticadas por falta de rigor

Sociedade de Matemática diz que perguntas são «vagas e imprecisas»

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SMP) criticou a existência de uma «lamentável falta de rigor» nas provas de aferição do 4º e 6º anos à disciplina, realizadas hoje, considerando «vagas e imprecisas» as formulações de várias perguntas, noticia a Lusa.

«Comparando estas provas com as de anos anteriores, nota-se uma tentativa de progresso no abandono de formulações vagas, mas ainda se verifica uma lamentável falta de rigor derivada da existência de pressupostos escondidos», refere a SPM, em comunicado hoje divulgado.

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De acordo com a sociedade, as imprecisões registaram-se sobretudo na prova do 6º ano, que continha perguntas «pouco explícitas» e com mais do que uma resposta possível.

A título de exemplo, o comunicado aponta uma questão que, para ser correctamente respondida, obrigava os alunos a «fazer pressupostos sobre o que o examinador pretendia dizer, mas não explicitou».

«Em síntese, os conteúdos matemáticos poderiam e deveriam ser mais valorizados, sobretudo no segundo ciclo, e os pressupostos deveriam ser explícitos, em vez de se persistir em formulações vagas e imprecisas», defendem os professores da disciplina, ressalvando que a análise da prova foi realizada sem acesso aos critérios de correcção.

No documento, a SPM lamenta mais uma vez que não existam exames nacionais no primeiro e/ou segundo ciclos do ensino básico, em vez destas provas de aferição que «não aferem razoavelmente o que os estudantes sabem e são capazes de fazer, não aferem o domínio dos algoritmos e continuam, em alguns casos, a incidir sobre capacidades de raciocínio vagas e sobre intuições pouco rigorosas».

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Também o PSD e o CDS-PP criticaram esta semana as provas de aferição do 4º e 6º anos, defendendo que estas deveriam ser substituídas por exames nacionais ou provas globais que contem para a nota dos alunos.

Introduzidas em 1999, as provas de aferição a Português e a Matemática começaram por ser universais, mas em 2002 passaram a ser realizadas apenas por uma amostra representativa dos alunos.

Este ano, o Ministério da Educação (ME) decidiu que os testes voltam a ser aplicados a todos os estudantes dos dois anos de escolaridade, alegando que as provas de aferição são o instrumento «mais adequado para avaliar a qualidade do currículo nacional e a prestação das escolas nos primeiros ciclos do Ensino Básico».

Na terça-feira, cerca de 240 mil alunos dos dois anos de escolaridade testaram conhecimentos s Língua Portuguesa e hoje mostraram o que sabem a Matemática, sendo os resultados das duas provas devolvidos às escolas a 21 de Junho.

Apesar de não contarem para efeitos de reprovação dos alunos, as notas alcançadas nestas provas serão, pela primeira vez, afixadas em pauta, possibilitando, segundo a tutela, «uma reflexão colectiva e individual sobre a adequação das práticas lectivas».

Assim, os estabelecimentos de ensino terão de realizar um relatório, a partir da análise dos resultados alcançados pelos alunos, no qual definem um plano de acção com medidas para melhorar o desempenho a Língua Portuguesa e Matemática.

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