Qual é o balanço que faz de um ano na presidência da Cotec?
Temos naturalmente continuado o trabalho sério e muito bem sucedido que foi feito nos primeiros três anos, no mandato que foi liderado por Murteira Nabo.
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Uma das preocupações que temos tido tem a ver com o fomento do empreendedorismo. Desde os primeiros passos que demos, lançámos um programa muito interessante de colaboração entre as universidades e executivos de empresas que procuraram preparar alunos de MBA, em colaboração com professores das áreas mais tecnológicas, a criar novas empresas e a prepará-las para avaliarem os projectos de criação de novas empresas.
Tem tido sucesso, esse programa?
Essa primeira fase foi bem sucedida, houve muita participação. Fizemos sempre, todos os anos, uma em Lisboa e outra no Porto. A do Porto agregava a Universidade do Porto, a escola de biotecnologia da Universidade Católica, a Universidade do Minho e a Universidade de Aveiro. Em Lisboa, a Universidade Nova, a Universidade Técnica e a Universidade de Lisboa. Nestes dois locais, durante cerca de 90 dias, uma equipa da Universidade do North Carolina (EUA) procurou passar um método para estas equipas pluridisciplinares de como avaliar os aspectos tecnológicos, de mercado, financeiros e de concepção de uma nova empresa, para ver se ela resistia e se devia avançar ou não.
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Neste último ano, a acção adicional que desenvolvemos foi a de ajudar essas equipas, cujos projectos eram mais bem sucedidos a entrar no mercado, para dialogarem com bussiness angels e com sociedades de capital de risco, aperfeiçoando os seus planos de negócios para que elas possam convencer esse tipo de investidores, sem os quais elas não têm os capitais para lançar essas novas empresas. Neste momento, há duas empresas que já estão a colocar capital junto dos investidores.
Ainda na área do empreendedorismo, há sublinhados a fazer. Foi preparado e vai agora ser lançado um concurso que visa premiar a escola universitária portuguesa que tenha o melhor projecto de programa de ensino de empreendedorismo. É uma questão vital para Portugal haver uma nova geração de empresários.
O que mudou na formação de empresários?
No passado, muitas vezes os empresários tinham o seu prazer de experiência feito, viviam de grandes golpes de asa de intuição e de percepção racionalizada daquilo que deviam fazer. Era mais uma arte. E hoje, criar uma empresa continua a ser uma arte, mas é uma arte que exige muito mais conhecimentos básicos adquiridos, sobretudo nas universidades, sem os quais é muito difícil ter um estímulo para lançar uma empresa nas áreas mais exigentes de tecnologia.
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Consideramos que esta necessidade do país tem que ser muito apoiada por nós e, por isso, estamos a tentar envolver mais as universidades na obrigação de estimularem os seus alunos através dos seus cursos a lançarem-se como empresários e é para isso este concurso do empreendedorismo, dirigido a universidades.
Qual é o prémio?
O prémio é muito significativo, de 100 mil euros para a escola que vier a ganhar. Uma parte do prémio será paga à partida e outra parte será paga em função do cumprimento das promessas que essa escola faz quanto a esse programa.
O que está a ser feito para o ensino não-universitário?
Temos um terceiro programa, em colaboração com uma entidade que está a fazer isto já para Lisboa, que é o fomento do empreendedorismo no ensino secundário e até no básico. Queremos levar os jovens, mesmo em idades baixas, a começarem a ter mais sensibilidade para o mundo das empresas, para o que é criar uma empresa e o que isso supõe em matéria de conhecimentos e de capacidades. Estamos a fazer, com essa associação, um programa desses para o Porto e essa mesma entidade, com o apoio da fundação Gulbenkian e Luso-americana, vai também fazer isso por todo o país.
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