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Alunos do 3º ciclo com menos tempo de Inglês que os do 1º

PDiário: Ministério definiu 135 minutos semanais de aula da disciplina para o 7º, 8º e 9º anos. Mas como podem «negociar» a carga horária, há escolas que leccionam apenas 90. Situação é «injusta» para os alunos, sobretudo quando chega a altura do exame nacional

Há alunos do terceiro ciclo que têm menos tempo lectivo de Inglês do que os 100 minutos semanais de aula que são leccionados aos alunos do primeiro ciclo. O tempo padrão definido pelo Ministério para a disciplina no 3º ciclo (7º, 8º e 9º anos) é 135 minutos, mas o PortugalDiário encontrou algumas escolas que leccionam semanalmente apenas 90 minutos.

Em 2001, foi publicado um «decreto-lei que permite que a carga horária das disciplinas de línguas seja negociada pelas escolas», explicou ao PortugalDiário Arminda Bragança, dirigente da FNE e professora de Inglês. «A intenção era que os professores de Inglês fossem os mesmos que leccionam Português e pudessem ajustar a carga horária das disciplinas às necessidades dos alunos».

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Mas, se no papel a medida se revelava «positiva», na prática esta interacção disciplinar não se verifica, e há muitas escolas que optam por uma carga horária inferior.

Arminda Bragança considerou que esse tempo semanal de aulas «é pouquíssimo para qualquer disciplina, ainda mais numa língua estrangeira».

Para a professora, a situação é «injusta» porque deixa os alunos em diferentes níveis de conhecimento. «O conteúdo leccionado em 90 minutos não pode ser o mesmo leccionado em 100, mas o programa continua igual» e no final do 9º ano, são todos sujeitos ao mesmo exame, independentemente do tempo de aulas que tiveram.

Segundo a dirigente associativa, a situação de «desigualdade entre os alunos» também se coloca ao nível do 2º ciclo. Com a implementação do Inglês no primeiro ciclo de forma não obrigatória (extra-curricular) e não generalizada a todas as escolas, os alunos chegam ao 2º ciclo com níveis de conhecimento diferentes.

Face a esta situação, por um lado, torna-se necessário alterar o plano curricular da disciplina no 2º ciclo, uma vez que muitos dos alunos já possuem formação de Inglês adquirida no 1º ciclo. Mas também é preciso ter em conta os alunos que não tiveram ainda nenhum contacto com a língua e necessitam da formação de base.

«Se não for alterado o programa, vamos ter alunos frustrados a ouvir matéria que já sabem, mas se for alterado estamos a prejudicar os que não tiveram a disciplina antes, e por isso, não podem passar para um nível de dificuldade mais elevado», explica a professora.

Segundo a dirigente associativa, são situações como estas que explicam o «insucesso escolar», que no caso desta disciplina tem efeitos a longo prazo, já que, tanto a nível universitário, como a nível profissional, «o Inglês revela-se uma língua importantíssima».

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