O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, afirmou hoje que a presidência portuguesa da União Europeia (UE) tentará resolver hoje o problema colocado pela Itália sobre o seu futuro número de eurodeputados.
«Temos um problema relativo à Itália e tentaremos resolvê-lo hoje», declarou Luís Amado, em conferência de imprensa, no final da reunião do Partido Socialista Europeu (PSE) que antecedeu a cimeira informal de Lisboa de líderes da UE.
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A Itália reivindica o aumento do número de deputados nacionais que terá no próximo Parlamento Europeu (PE), a eleger em Junho de 2009, de forma a manter a igualdade que tem actualmente face à França e ao Reino Unido (72).
Também presente na conferência de imprensa, o presidente do PSE, Poul Rasmussen, subscreveu que a resolução da reivindicação feita pela Itália «não é para adiar», defendendo que se trabalhe para chegar a «uma solução aceitável» na Cimeira de Lisboa, que hoje começou, sublinhando o europeísmo da liderança de Romano Prodi.
Na reunião, os socialistas europeus concordaram em «apoiar a presidência portuguesa (da UE) na obtenção de um novo Tratado, incluindo as questões pendentes e os lugares no Parlamento Europeu», adiantou Poul Rasmussen.
«Precisamos de um novo Tratado»
«Temos obrigação de fazer tudo o que pudermos para que a presidência portuguesa conclua estas questões pendentes porque precisamos de um novo Tratado e porque precisamos de continuar o nosso trabalho político», argumentou.
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Questionado sobre se o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair poderá ser um bom presidente do Conselho Europeu, a eleger pelos líderes europeus, se for aprovado o novo Tratado, o presidente do PSE passou a palavra a Luís Amado.
«Precisamos de ter um Tratado, não vale a pena antecipar cenários enquanto não tivermos um Tratado», respondeu o ministro dos Negócios Estrangeiros português.
Poul Rasmussen e o chanceler austríaco, Alfred Gusenbauer, igualmente presente na conferência presença, insistiram na importância de se chegar a um acordo na cimeira de Lisboa sobre o Tratado da UE que vai sbstituir a fracassada Constituição Europeia, rejeitada em referendos na França e na Holanda, em 2005.
«Será histórico concluir hoje esse caminho para termos as mãos livres para os desafios do futuro» e «entrarmos na agenda do século XXI», considerou Gusenbauer.
O chanceler da Áustria e o presidente do PSE salientaram a conciliação da preocupação com a competitividade e com as preocupações sociais e referiram a proposta do primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, para uma abordagem coerente da Europa face à globalização.
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