A Comissão de Trabalhadores da empresa FEHST Componentes, de Braga, acusou esta segunda-feira a empresa de usar a suspensão temporária de produção - o «lay-off»- «a seu bel prazer», sem fiscalização estatal.
Domingos Veloso, dirigente do STIENC (Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Eléctricas do Norte e Centro e da Comissão de Trabalhadores) disse que a firma entrou em «lay-off» a 6 de Janeiro, contra a opinião dos trabalhadores, mas já chamou ao trabalho 19 dos 169 funcionários, tendo algumas encomendas em fase de fabrico.
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«Com frequência são enviados produtos para acabamento fora da empresa e o mesmo sucede com peças e equipamentos da serralharia para reparação», assinalou o sindicato, frisando que esses trabalhos deveriam ser feitos na firma.
A empresa «coloca e tira trabalhadores no regime de lay-off, sem que o Estado fiscalize», afirmou Domingos Veloso, que falava em conferência de imprensa, realizada junto às instalações da FEHST Componentes, em Ferreiros, Braga.
O STIENC lamentou ainda que «haja trabalhadores que ficam a laborar para alem do horário normal e outros que já trabalham em regime de turnos, por iniciativa da administração».
Os sindicalistas denunciaram o caso à Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) mas, dizem, «a empresa finge que corrige a situação e volta tudo ao mesmo».
O sindicato acusa o Estado de «meter a cabeça na areia permitindo o uso e abuso do lay-off», tese que exemplificam com o facto de a Direcção de Emprego e Relações de Trabalho do Norte só ter dois funcionários para receber todos os pedidos das empresas que querem recorrer ao regime.
A firma de Braga, que produz componentes para rádios de automóveis, optou pelo «lay-off» argumentando que tinha falta de encomendas devido à crise no sector automóvel.
A agência Lusa tentou contactar a administração da empresa mas ate ao momento não foi possível.
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