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Uma «Aliança» pelos lobos-marinhos das Ilhas Desertas

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Nova Aliança Internacional para a Conservação das Focas-Monge nas Ilhas Desertas é abençoada com o nascimento de uma cria de lobo-marinho, baptizada de «Aliança»

«Aliança» é a mais nova cria de lobo marinho avistada na colónia madeirense das Ilhas Desertas, um dos casos de sucesso de conservação desta espécie ameaçada que tem uma população estimada em 35 elementos, noticia a agência Lusa.

O director do Parque Natural da Madeira (PNM), Paulo Oliveira, explicou que o baptismo surge para celebrar a recente criação, no Funchal, da Aliança Internacional Para a Conservação da Foca-Monge que reúne vários grupos de trabalho na preservação dos lobos marinhos, de diferentes países, casos da Grécia, Turquia e Mauritânia.

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A população mundial deste animal em vias de extinção está estimada em 500 indivíduos e a Madeira é o único local em território português onde reside um pequeno grupo que tem vindo a crescer.

«Cada vez que nasce um lobo marinho na colónia do arquipélago madeirense é como um certificado de qualidade ao trabalho desenvolvido na região ao longo dos últimos anos para reabilitar esta espécie», declarou orgulhoso Paulo Oliveira.

O novo responsável por esta estrutura do Governo Regional salientou que o nascimento de uma nova cria numa população animal tão reduzida «significa muito e neste caso é a prova provada de que o trabalho da Madeira está a dar resultados».

Sustentou que por este motivo é preciso «mais ambição» no projecto, anunciando que o PNM, no âmbito do seu processo de reestruturação interna, vai criar uma unidade de biologia marinha de apoio específico ao lobo marinho, estrutura que terá também como missão «levar o trabalho desenvolvido na Madeira para além fronteiras, numa partilha das experiências de sucesso com o exterior».

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Aliança Internacional para a Conservação da Foca-Monge

Sobre a nova Aliança Internacional para a Conservação da Foca-Monge celebrada com os representantes de outras estruturas não governamentais dedicadas a este trabalho, Paulo Oliveira realçou que o objectivo é «interligar as pessoas» para que a actuação seja «mais eficaz e a longo prazo melhore o estado de conservação do lobo marinho no mundo».

«No passado as pessoas trabalhavam isoladamente e não havia uma estratégia comum para salvaguarda do lobo marinho a nível mundial», disse, acrescentando que é necessário «pensar global e não apenas localmente» para que sejam evitados os erros cometidos no passado nos diferentes grupos de preservação.

Adiantou que «a Aliança tem basicamente por missão criar condições para que a criticamente ameaçada foca-monge possa recuperar ao longo de área de distribuição actual, estendendo o apoio a locais onde o trabalho ainda não tem sido tão frutífero.

Enunciou que o projecto tem entre os objectivos fundamentais fomentar um melhor fluxo de informação e arrecadar mais apoios para desenvolver uma melhor acção.

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Rosa Pires, dez anos de dedicação aos lobos marinhos

Por seu turno, Rosa Pires, a bióloga que na última década se dedicou à reserva de lobos marinhos das Ilhas Desertas, declarou que neste momento os lobos marinhos alargaram a sua área no arquipélago madeirense e têm passado a utilizar a ilha da Madeira, pelo que «é difícil fazer uma estimativa rigorosa», garantindo que a colónia tem entre 25 a 35 indivíduos adultos.

«Temos muitos avistamentos entre Câmara de Lobos e a Ponta de São Lourenço, a área mais próxima das Desertas para os animais, possivelmente também associado ao facto de serem locais onde há mais presença humana. Mas se virmos o mapa onde vamos fazendo registos de observação temos pontos ao longo de toda a costa», argumentou.

A bióloga defende que o importante é continuar a trabalhar para evitar que a população se extinga, como aconteceu no Mar Negro e na costa africana, considerando ser imprescindível realizar um trabalho a nível global visando «manter a população a nível mundial com um número que seja viável, o que irá significar maior sucesso de sobrevivência da espécie».

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