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Porto: 3 em 10 vivem com menos de dez euros/dia

Distrito regista «crescendo» de novas formas de pobreza envergonhada

Três em cada dez habitantes do distrito do Porto vivem com menos de dez euros por dia, afirmou esta terça-feira o Bloco de Esquerda (BE) no âmbito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, refere a Lusa.

A nível nacional, sustenta o dirigente bloquista João Teixeira Lopes, há 21 por cento de pessoas pobres, a viver com menos de 300 euros mensais.

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«No distrito do Porto, seguindo os mesmos critérios de aferição, há 30 por cento de pobres», frisou Teixeira Lopes.

No «Livro Negro da Pobreza no Distrito do Porto», que hoje foi pré-apresentado e cuja versão final deverá ser divulgada pelo BE em Janeiro ou Fevereiro de 2008, assinala-se também que o Porto regista um «crescendo» de novas formas de pobreza «envergonhada».

«São pessoas sufocadas pelo endividamento, congelamento de salários ou desemprego geralmente associado à deslocalização de empresas», explicou o responsável citando testemunhos colhidos em «todas» as associações de assistência social que o BE consultou em seis meses de trabalho de campo.

«Estas pessoas estão numa situação realmente muito fragilizada e aparecem, discretamente, em instituições sociais a pedir ajuda para matar a fome», disse João Teixeira Lopes, assegurando que o quadro de «emergência social» se agudizou nos três últimos anos.

O problema, segundo frisou, é que as associações assistencialistas «estão absolutamente sobrecarregadas» e «já não conseguem dar respostas satisfatórias».

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Banco Alimentar não tem comida suficiente

João Teixeira Lopes citou o caso do Banco Alimentar Contra a Fome, que tem cerca de 100 instituições mediadoras em lista de espera.

«Apesar das toneladas de alimentos que recebe no seu enorme armazém de Perafita (Matosinhos) não tem o suficiente», sublinhou.

Na região, há outros sinais de que a pobreza está a disparar, como o crescendo do número de famílias apoiadas pelo Rendimento Social de Inserção, assinalou ainda João Teixeira Lopes.

O dirigente do BE acrescentou que o quadro, que «já é mau» na Área Metropolitana do Porto, se agudiza noutras zonas do distrito como as do Ave e do Tâmega.

Teixeira Lopes queixou-se ainda que o Estado «está a cortar nos apoios», disse também que as redes sociais locais «são inoperantes e burocráticas, não resolvendo os problemas concretos», e afirmou que Plano Nacional para a Inclusão «não está a ser cumprido».

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