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Lisboa: Fundação Champalimaud em Pedrouços

Anúncio feito durante um almoço surpreendeu maioria dos vereadores

Os vereadores da câmara de Lisboa ficaram a saber, esta quarta-feira, que o centro de investigação médico da Fundação Champalimaud vai ficar instalado na zona de Pedrouços, junto à Docapesca, por cedência de direito de superfície após acordo alcançado entre o Porto de Lisboa, a Fundação e o próprio Governo.

A informação foi dada pela presidente do conselho de administração da Fundação, Leonor Beleza, durante um almoço, onde estiveram presentes o edil da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e os cabeças de lista da oposição.

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A maioria dos autarcas tinha conhecimento das intenções da Fundação Champalimaud em instalar-se em Lisboa, mas desconhecia que já havia acordo entre a Administração do Porto de Lisboa, a fundação e o Governo de José Sócrates.

Questionado pelos jornalistas sobre um alegado almoço com Leonor Beleza, o actual presidente da CML, reconheceu a sua existência e o objectivo do mesmo: «a apresentação do projecto do centro de investigação médica em Lisboa». O socialista fez questão de realçar o valor que centro vai ter para a capital e para o país, mas escusou adiantar pormenores sobre o «projecto» e os planos.

Apenas Carmona Rodrigues reconheceu saber das negociações e do «acordo» antes do almoço desta quarta-feira, porque o processo começou enquanto ainda era presidente da CML. Tal como António Costa salientou a importância do projecto e o valor que representava para Lisboa «até a nível mundial».

Mas ao contrário do seu sucessor na autarquia, explicou que o plano previa a construção do centro na zona de Pedrouços, que Charles Correia tinha sido o arquitecto convidado a desenvolver o mesmo e que a densidade de construção era de baixa densidade «com dois pisos acima do solo» segundo a planta que tinha visto.

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Os outros vereadores

A tomada de posição dos restantes vereadores acabou por ser feita durante o briefing da tarde que visava revelar o conteúdo da reunião de câmara que se realizou esta quarta-feira.

Apesar do projecto ter sido referido pela totalidade dos autarcas como de grande relevância para a cidade, uma vez que aposta fortemente na investigação médica, a oposição não gostou de ser «surpreendida» com factos consumados.

Helena Roseta considera que «é um projecto de interesse e qualidade, mas que deve ser debatido e discutido, tanto pela autarquia como pelos lisboetas. Terá muitos "prós", mas também terá alguns "contras"». Os termos do acordo não estão «ainda definidos» adiantou, «apenas existe uma cedência de terreno com direito de superfície», acrescentou.

Também o vereador do PCP, Ruben de Carvalho, se mostrou espantado «porque nunca foi informado de nada pela CML». Reconhece «a vantagem da sua instalação» mas exige debater «como e onde será instalado».

Até José Sá Fernandes, vereador do Bloco de Esquerda que assumiu uma coligação com o PS à frente da autarquia da capital reconheceu não saber de nada e defendeu que «há questões que é preciso analisar». O facto do futuro da frente ribeirinha não estar decidido é um dos pontos que lhe levanta dúvidas, tal como a necessidade de apresentar publicamente o projecto.

Recorde-se que Leonor Beleza apresentou a sua ideia em Março último e, já na altura, referiu a zona de Pedrouços como possibilidade.

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