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Europa está a ficar sem peixe

80 por cento das zonas estão esgotadas ou em vias de extinção

O Fundo Mundial para a Natureza anunciou hoje que 80 por cento das zonas europeias de pesca «estão esgotadas ou em via de extinção», acusando a UE de ter fracassado nos seus esforços para evitar a sobre-exploração dos mares, noticiou a Lusa.

Em comunicado hoje divulgado, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) afirmou que o mais recente estudo realizado por especialistas da organização concluiu que a causa do fracasso se deve «a excessivas quotas de pesca, a uma frota de pesca desmesurada e a uma deficiente gestão do sector pesqueiro».

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«Em 2002, a UE propôs-se melhorar claramente a situação do bacalhau, atum e de outras espécies, mas cinco anos depois de Bruxelas ter reformado a política europeia de pesca verifica-se o contrario. Os interesses nacionais e económicos a curto prazo impedem que se acabe com a exploração dos oceanos», lê-se no comunicado da organização ecologista.

Com vista ao iminente estabelecimento de novas quotas pesqueiras pela UE, o WWF expressou-se ainda preocupado com a distribuição das licenças, sublinhando que «isto poderá agravar ainda mais o problema», num sector que emprega cerca de 230.000 pessoas.

De acordo dados da organização, 90.000 embarcações pesqueiras de todos os Estados-membros da UE pescam anualmente cerca de sete milhões de toneladas de peixe, sobretudo no Atlântico e no mar Mediterrâneo.

No documento divulgado, o WWF considera ainda que a UE «ignora» as quotas de pesca determinadas pelo Conselho Internacional para a Investigação do Mar (ICES), «como acontece no caso do bacalhau e do abadejo no mar do Norte e mar Báltico, onde ainda são concedidas licenças de pesca, apesar da crítica situação [dessas espécies]».

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Na origem destas declarações está a actual polémica originada pela pesca ilegal do abadejo nessa região, que de acordo com o Fundo, «é realizada sistematicamente por pescadores polacos».

«No mar impera a lei do Velho Oeste, uma vez que a pesca ilegal é considerada por muitos como um delito de cavalheiros, os controlos são feitos a meio gás e as sanções são ridículas», sublinhou a organização.

De acordo com o WWF, a situação do atum vermelho no mediterrâneo «é similar», reconhecendo, no entanto, que a UE tem vindo a iniciar procedimentos legais contra sete países que não tinham declarado as suas capturas.

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