Os técnicos da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN) vão esta sexta-feira para o terreno fazer um levantamento dos prejuízos causados pelo granizo e chuva intensa nas vinhas e pomares do Douro.
O mau tempo atravessou na quinta-feira o distrito de Vila Real e chegou a Viseu, arrastando detritos para as estradas e provocando muitas ocorrências a nível de inundações e também de estragos na agricultura, como em vinhas do Região Demarcada do Douro, pomares de maçãs e hortícolas.
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Fonte da DRAPN disse à agência Lusa que os técnicos vão hoje para o terreno começar a fazer o levantamento dos estragos, para se perceber a real dimensão dos prejuízos causados.
A Direção Regional alertou também os produtores para começarem imediatamente a aplicar um tratamento para ajudar a cicatrizar as videiras, nomeadamente adubo foliar com elevada percentagem de cálcio.
A DRAPN salientou que o tratamento é “tanto mais eficaz quanto mais rapidamente for efetuado”.
Em Sabrosa, no distrito de Vila Real, a chuva forte chegou acompanhada de granizo e, em apenas alguns minutos, houve muitos estragos.
O mau tempo afetou principalmente a corda entre a vila de Sabrosa, Vilarinho de São Romão e Celeirós, zona de produção de vinho de Porto e vinhos de mesa de denominação de origem protegida Douro.
Faz hoje precisamente um ano que este concelho foi também afetado por uma tempestade de chuva e granizo. Uma hora de “chuva torrencial”, a 7 de julho de 2016, provocou inundações em cerca de 12 lojas e casas de habitação, uma igreja e até na câmara de Sabrosa, além de estragos em vinhas e hortas deste concelho.
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Em Celeirós, os produtores adiantam quebras na produção na “ordem dos 30%”, principalmente nas vinhas expostas a nascente.
O mau tempo afetou ainda áreas de vinha em Alijó, Santa Marta de Penaguião e Mesão Frio, no distrito de Vila Real.
Nos concelhos do Douro Sul, como Armamar e Tabuaço (Viseu), há estragos em pomares de maçãs e vinha, enquanto, em Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) foram atingidas principalmente as hortícolas.
Depressão na origem do mau tempoO mau tempo que afetou várias regiões de Portugal continental, em especial os distritos de Vila Real e Coimbra, e que causou danos materiais foi causado por uma depressão, disse a meteorologista Paula Leitão.
[O mau tempo] foi devido a uma depressão que se centrou sobre Portugal continental, que tinha expressão nos níveis altos da troposfera e isso fez com que a entrada de ar húmido do atlântico ao centrar-se na zona de montanha (…) desse origem à trovoada e granizo”, explicou.
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De acordo com Paula Leitão, a situação foi mais intensa durante a tarde, mas depois reduziu durante a noite devido ao arrefecimento.
No entanto, hoje durante a tarde e nas regiões novamente do interior norte e centro, em especial nas zonas montanhosas, há novamente condições para a formação de trovoadas e granizo e aguaceiros por vezes forte. Provavelmente já não tão fortes como na quinta-feira, mas ainda há condições meteorológicas para aquelas condições”, disse.
Paula Leitão explicou à Lusa que o IPMA não consegue prever em que sítio e a que horas vão ocorrer estas tempestades, apenas em que região.
Estas tempestades estão centradas num raio de 40 quilómetros”, disse.
A especialista do IPMA adiantou que no sábado ainda está prevista alguma instabilidade, no entanto não será tão gravosa.
Quanto ao resto do país, segundo Paula leitão durante o fim de semana as noites ainda vão ser húmidas e prevê-se alguma nebulosidade que tende a desaparecer.
As temperaturas não vão ter grandes oscilações até segunda-feira. Vamos ter cerca de 30 graus celsius na região do interior do Alentejo e em Lisboa por exemplo prevê-se 25. Só a partir de terça-feira estamos a prever uma subida das temperaturas”, concluiu.
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