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Centro Hospitalar Lisboa: Médicos começam hoje greve de cinco dias

Os médicos do Centro Hospitalar de Lisboa, constituído pelas unidades de S. José, Capuchos e Desterro, iniciam hoje uma greve de cinco dias contra a falta do pagamento por igual das horas extra prestadas em urgência.

A greve geral termina na próxima sexta-feira, mas será seguida de outras paralisações em vários serviços até 08 de Julho.

Pilar Vicente, do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), afecto à Federação Nacional dos Médicos (FNAM), adiantou à Agência Lusa que «a maioria» dos médicos com um regime de trabalho de 35 horas semanais continuam a não receber as horas extra em urgência pela tabela máxima do regime de trabalho dos clínicos, que corresponde a 42 horas.

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Segundo a sindicalista, a paralisação, que decorre até 20 de Maio, foi convocada pela FNAM e é apoiada pelo outro sindicato dos clínicos, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Esta é a primeira greve este ano contra a falta de pagamento idêntico pelas horas extra em urgência a todos os médicos no Centro Hospitalar de Lisboa (que integra as unidades de S. José, Capuchos e Desterro), mas este foi o motivo de três greves realizadas em Junho, Julho e Agosto do ano passado.

Pilar Vicente pormenorizou ainda que, «ao contrário do que afirmou publicamente a anterior presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT)», Ana Borja Santos, os médicos não receberam em Abril as horas extra por igual.

A sindicalista lembrou que ainda se encontram em dívida horas extra desde 2001.

Adiantou que apenas os clínicos dos serviços de medicina, anestesia, estomatologia, cirurgia geral e cirurgia clínica foram contemplados com o pagamento por igual das horas extra em urgência, mas que estes serviços possuem «poucos médicos» com o horário das 35 horas.

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Depois da paralisação geral, Pilar Vicente explicitou que vão continuar greves parcelares de uma semana nos serviços de neurocirurgia, cirurgia maxilo-facial, ortopedia e cirurgia plástica, até 08 de Julho.

A administração do Centro Hospitalar de Lisboa tem afirmado, ao longo das várias greves, que a maioria dos serviços cumpre a maior parte dos requisitos determinados num despacho do actual ministro da Saúde, publicado quando António Correia de Campos assumiu a mesma pasta no governo liderado por António Guterres.

O despacho determina que o pagamento das horas extra em urgência só é igual para todos os clínicos quando se encontrem cumpridos determinados requisitos, e surgiu depois de um decreto-lei de 2001 ter aprovado esse pagamento sem quaisquer restrições.

Os sindicatos médicos contestaram sempre que o despacho de Correia de Campos se sobreponha ao decreto-lei e enviaram já uma comunicação à nova equipa da ARS-LVT, que tomou posse há pouco mais de uma semana, estando aguardar a marcação de uma reunião, acrescentou Pilar Vicente.

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