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«Estamos a afogar o mar em plásticos»

O lixo no mar continua a ser um problema nas praias portuguesas

Mais de 6,4 milhões de toneladas de lixo, das quais 60 a 80 por cento são plásticos, acabam no mar anualmente, segundo um relatório divulgado esta segunda-feira pela organização ambientalista Greenpeace no âmbito da campanha «Recuperemos o Mediterrâneo», escreve a agência Lusa.

O estudo indica que 70 por cento do lixo mundial encontra-se no fundo do mar, ameaçando várias espécies entre as quais tartarugas, cetáceos e focas.

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«Estamos a afogar o mar em plásticos», declarou Mario Rodriguez, director de campanhas da Greenpeace em Espanha, que apresentou o relatório hoje em Barcelona, citado pelo jornal El Mundo.

Dados da campanha 2006/2007 do programa Coastwatch Portugal revelaram que a presença de lixo, sobretudo garrafas e sacos de plástico, continuam a ser problemáticos nas praias portuguesas, tendo sido contabilizados mais de 100 mil resíduos em 350 quilómetros de costa.

O Programa das Nações Unidas para o Ambiente estimava, em 2005, que existiam cerca de 13.000 fragmentos de plásticos por quilómetro quadrado nos oceanos.

O Mar Mediterrâneo Norocidental (zonas próximas das costas de Espanha, França e Itália) é a zona do planeta com mais detritos no fundo do mar: 1.935 unidades por quilómetro quadrado.

Espécies marinhas em perigo

Os impactos sobre as espécies marinhas são diversos e vão desde o aprisionamento de animais como tartarugas, focas e cetáceos nas redes de pesca, ingestão de plásticos ou introdução de espécies invasoras.

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São cerca de 267 espécies marinhas diferentes afectadas pelos plásticos, algumas das quais em perigo de extinção.

Um estudo realizado no Mediterrâneo espanhol demonstrou que 75 por cento dos exemplares de tartaruga-boba tinham ingerido plásticos. A ingestão destes detritos pode bloquear o tracto digestivo e impedir que os animais se alimentem correctamente até provocar a sua morte.

Cerca de 80 por cento deste lixo tem origem em terra, através das redes de saneamento, actividades industriais e turismo costeiro.

Embalagens de comida e bebida, cigarros, brinquedos de praia, preservativos, seringas, redes e linhas de pesca, ou sacos de plástico são alguns dos resíduos que se encontram um pouco por todo o lado, refere o estudo da Greenpeace.

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