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Angola: prisão de portugueses envolta em mistério

Autoridades dizem que estão detidos por garimpo de diamantes ilegal, mas os visados garentem que estão em liberdade

A situação em Angola dos portugueses Rui Gouveia e Orlando Rodrigues está envolta em mistério, com as autoridades angolanas a garantirem que estão detidos e os visados a assegurarem que estão em liberdade na região do Cuanza Sul.

Depois de ter sido noticiado que dois portugueses - Rui Manuel da Silva Gouveia e Orlando Francisco da Silva Rodrigues - tinham sido detidos no Huambo por garimpo ilegal de diamantes, a Agência Lusa falou sexta-feira, por telefone, com o primeiro e este negou a detenção e disse encontrar-se em liberdade.

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Hoje, o vice-governador do Huambo, Mateus Forna Frederico, disse à Lusa, em Luanda, que foi à primeira esquadra de polícia do Huambo e que falou com os portugueses detidos, que se identificaram como Rui Gouveia e Orlando Rodrigues.

De acordo com o vice-governador, os dois portugueses acusaram, na ocasião, as autoridades angolanas de racismo, porque, enquanto eles estão presos há 20 dias, os angolanos que foram detidos na mesma altura já foram postos em liberdade.

Questionados por Mateus Forna Frederico, os dois portugueses afirmaram chamar-se Rui Manuel da Silva Gouveia e Orlando Francisco da Silva Rodrigues, tal como consta do processo, e que estavam legais no país quando foram detidos, tendo as suas autorizações de permanência caducado entretanto.

Em relação à falta de advogado de defesa, as explicações dos dois portugueses foram algo confusas, disse o vice-governador, embora acabassem por afirmar que não tinham qualquer defesa legal constituída.

«O Rui Gouveia procurava ser sempre ele a falar não deixando o outro dizer nada, o que me pareceu um pouco estranho», contou à Lusa Mateus Forna Frederico. De acordo com o vice-governador, os dois portugueses aparentam ter à volta de 45 anos.

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A Lusa voltou hoje a contactar telefonicamente o português que diz chamar-se Rui Gouveia, que voltou a assegurar estar em liberdade no Cuanza Sul, onde está a realizar um raid juntamente com Orlando Rodrigues. «Acha que se estivesse preso estava a receber chamadas de telemóvel?», questionou.

Negando ter estado hoje com o vice-governador do Huambo, Rui Gouveia confirmou, no entanto, ter recebido uma chamada telefónica de uma pessoa que se identificou como Mateus Forna Frederico, escusando-se a adiantar as razões do telefonema.

Questionado pelo Lusa, Rui Gouveia disse «não saber» por que estão a surgir notícias que o dão como preso, mas garantiu que «tem o advogado a tratar do assunto» e que vai «pedir responsabilidades». O português diz estar há dois meses em Angola, garante ter o visto em dia e afirma que nunca fez garimpo de diamantes.

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