Os incêndios registados em Julho deste ano no território português atingiram o dobro dos fogos verificados no mesmo mês de 2003, revelou o ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento, na conferência de imprensa do Conselho de Ministros.
De acordo com o inventário feito pelo Governo, em Julho registaram-se já 8.860 incêndios, face aos 4.239 de Julho do ano passado, o que corresponde a um aumento de 106%.
PUB
Morais Sarmento garantiu que o esforço de prevenção e vigilância nos últimos meses envolveu um montante próximo dos 88 milhões de euros, quatro vezes mais do que no ano passado.
O Governo pretende pedir às autoridades um reforço das investigações nos casos em que se suspeita de fogo posto, mas adianta que as condições climatéricas são também largamente responsáveis pelo pesadelo que se tem vivido um pouco por todo o país. Por exemplo, a temperatura em Faro atingiu os 44 graus no dia 25, «14 graus mais elevada do que em 2003».
Além do aumento das temperaturas, Morais Sarmento apontou ainda o dedo à humidade do ar, que «é significativamente inferior este ano», tendo-se fixado, na passada segunda-feira, nos 25%, 36 pontos percentuais abaixo do mesmo dia do ano passado.
De acordo com os dados revelados pelo responsável, na conferência após a reunião ordinária do Conselho de Ministros, que se realizou no Porto, no combate aos incêndios estão envolvidos cerca de cinco mil bombeiros por dia, 37 meios aéreos nacionais e sete estrangeiros, dos quais dois da Espanha, dois da Grécia, um da Itália e dois de França. Das Forças Armadas estão 500 efectivos envolvidos.
Este ano já arderam 50 mil hectares, dos quais 8.100 hectares integrados na Rede (ecológica) Natura 2000, revelam estimativas da Direcção-geral dos Recursos Florestais (DGRF), divulgados pelo Ministério da Agricultura e citados pela Lusa.
PUB