O secretário-geral da ONU pediu, nesta segunda-feira, acesso humanitário imediato a Ghouta oriental, na Síria, numa comunicação ao Conselho de Segurança sobre a não-aplicação das tréguas aprovadas há 15 dias por este órgão das Nações Unidas.
António Guterres sublinhou ser “urgente permitir” a retirada de pessoas daquele enclave rebelde nos arredores de Damasco.
PUB
Sem mencionar a Rússia, Guterres apelou ainda a “todos os Estados” para agirem de modo a que as tréguas na Síria sejam cumpridas e que a ajuda internacional chegue aos civis.
Antes da reunião do conselho, a França pediu à Rússia para “parar o banho de sangue” na Síria, através do embaixador francês na ONU, François Delattre.
O diplomata disse aos jornalistas que a "Rússia pode parar o banho de sangue” em Ghouta oriental, “dada a sua influência sobre o regime” de Bashar al-Assad e da “sua participação nas operações”.
“É natural que hoje, nesta altura da crise, os olhos se voltem para ela (a Rússia)”, insistiu Delattre.
A região de Ghouta oriental é alvo desde 18 de fevereiro de uma ofensiva das forças sírias, apoiadas pelo aliado russo, que já matou mais de mil civis, entre os quais 229 menores, e feriu outros 4.378, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
PUB
As forças do regime de Assad já conseguiram recuperar cerca de 60% do território do enclave, com cerca de 100 quilómetros quadrados e onde residem 400.000 pessoas.
Para os Estados Unidos, “é tempo de agir”, declarou a embaixadora norte-americana, Nikki Haley, ao conselho.
Haley anunciou que Washington apresentou uma nova resolução para um cessar-fogo imediato na Síria, um texto “simples, vinculativo” e que “não permite qualquer alternativa”.
A embaixadora dos Estados Unidos criticou a atitude de Moscovo e de Damasco, considerando que “nunca tiveram intenção de aplicar” as tréguas de 30 dias aprovadas a 24 de fevereiro pelo Conselho de Segurança.
PUB