Paulo Guichard foi preso pela Polícia Judiciária à chegada do Brasil, sabe a TVI.
O braço direito de João Rendeiro no Banco Privado Português (BPP), e também condenado em dois processos, foi detido na quinta-feira de manhã à chegada ao aeroporto do Porto e já passou a noite na prisão de Custóias, onde cumpre agora a pena que já transitou em julgado no Tribunal Constitucional.
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Guichard pensava que o processo ainda estava em fase de reclamação, sem trânsito em julgado da pena de 4 anos e 8 meses, mas já transitou e essa decisão foi comunicada em segredo à Polícia Judiciária, para que se evitasse também uma possível fuga do arguido, depois do que aconteceu com João Rendeiro.
O ex-administrador do BPP pensava que esta manhã se iria apresentar em liberdade ao tribunal, em Lisboa, para entregar o passaporte no âmbito de outro processo, que ainda está em fase de recurso e no qual foi condenado a nove anos, mas a justiça antecipou-se e prendeu-o já para cumprir a pena de quatro anos.
A defesa de Paulo Guichard já interpôs um 'Habeas Corpus' (pedido de libertação imediata por ilegalidade da detenção) no Supremo Tribunal de Justiça, considerando que a sentença para cumprir uma pena de 4 anos e 8 meses ainda não transitou em julgado - estando pendente de uma reclamação à decisão do Tribunal Constitucional.
O juiz Nuno Dias Costa, da primeira instância, considerara primeiro que Guichard ainda podia reclamar da sentença, mas depois entendeu que já se tinha verificado o trânsito em julgado - emitindo os mandados de detenção que a PJ executou no Porto.
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O advogado Nuno Brandão disse que o seu cliente “viveu no Brasil sempre com o conhecimento das autoridades judiciárias", que foram "sempre informadas do seu paradeiro”.
Paulo Guichard, de 61 anos e antigo braço direito de João Rendeiro e condenado a nove anos e meio de prisão no caso BPP, tinha informado o tribunal de que se apresentaria à justiça esta semana - entregando o passaporte e esperando ficar, apenas, sujeito à proibição de voltar a sair do país até ao trânsito em julgado da sentença.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, assim outro um processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancárias.
Entre os condenados em processos relacionados com o BPP estão os ex-administradores Paulo Guichard, Salvador Fezas Vital, Fernando Lima e João Renderiro, que fugiu para o estrangeiro e está em paradeiro incerto.
Guichard, Fezas Vital e Fernando Lima expressaram publicamente repúdio pela fuga de João Rendeiro à Justiça.
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