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Operam obesos, mas não têm balança

Grupo de estudo de Obesidade do Hospital São José espera há quatro anos por balança digital

Mais de 700 pessoas já foram operadas pelo Grupo de Estudo e Tratamento da Obesidade do Hospital S. José, que lida há quatro anos com obesos mórbidos e que, desde então, reivindica uma balança digital para serviço, escreve a Lusa.

«Há quatro anos e meio que andamos a pedir uma balança digital, mas a administração ainda não a comprou», disse à Agência Lusa o cirurgião Novo de Matos, que formou aquele grupo de trabalho.

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Além de medir o peso, a balança digital permite também aos dietistas terem acesso a valores energéticos e calóricos, explicou o médico.

«Somos pacientes e vamos continuar à espera», garantiu Novo de Matos à margem de uma reunião científica sobre a obesidade mórbida, que decorreu hoje no Hospital S. José.

Criada há quatro anos e meio, a consulta para o tratamento da obesidade mórbida já colocou bandas gástricas e «bypass» gástricos em 750 doentes.

«O «bypass» gástrico é uma das mais valias deste grupo», indicou Novo de Matos, explicando que esta técnica é utilizada sobretudo nos super-obesos e consiste em «provocar» um «curto-circuito entre a parte superior do estômago e o intestino delgado», eliminado a área de absorção do alimento.

O cirurgião orgulha-se ainda de esta consulta executar cerca de oito intervenções cirúrgicas por semana, atender mais de 50 doentes semanalmente e ter uma lista de espera «reduzidíssima».

«O tempo máximo de espera é de dois meses», garantiu Novo de Matos, acrescentando que a percentagem de resultados positivos das intervenções cirúrgicas é superior a 50 por cento.

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Noventa por cento das pessoas que recorrem à consulta são mulheres, a média de idades dos doentes ronda os 40 anos e a taxa de mortalidade é muito reduzida, na ordem dos 0,7 por cento, indicou o responsável.

Sublinhou, também, que «cada vez mais vão surgindo casos em pessoas mais novas».

Em matéria de obesidade mórbida, que Novo de Matos considera ser a epidemia do século XXI, o cirurgião alertou para as outras doenças que lhe estão associadas.

«Curar a obesidade mórbida é curar outras doenças, como a hipertensão, a diabetes, problemas respiratórios, entre outros, que quase todos os obesos mórbidos têm», afirmou.

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