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A "escolha expectável" para a "cadeira de sonho": quem é Joaquim Miranda Sarmento?

Luís Montenegro apresentou, esta quinta-feira, os nomes que vão constituir o novo Governo português. Joaquim Miranda Sarmento, até então líder parlamentar do PSD, herda o lugar de Fernando Medina no Ministério das Finanças

Era referido como uma das possíveis figuras centrais do Governo de Luís Montenegro, e agora prepara-se para tomar posse como ministro das Finanças no dia 2 de abril. Joaquim José Miranda Sarmento, deputado, economista e professor universitário, foi um dos nomes do novo Executivo apresentados pelo líder do PSD, esta quinta-feira.

Antes de ser confirmado o novo cargo do social-democrata, fontes próximas já diziam que era a “escolha expectável”, considerando o percurso que tem vindo a fazer nesse sentido e o seu perfil técnico. Já se adivinhava esta decisão, quer com o Presidente da República anterior, quer com o atual, sendo uma figura “respeitada” por muitos.

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A comentadora da CNN Portugal, Inês Serra Lopes, descreve-o como alguém que “tudo fará para que este Governo seja o melhor”, dada a sua proximidade a Luís Montenegro.

Rosto da área económica do PSD

Miranda Sarmento nasceu a 7 de agosto de 1978, em Lisboa. Licenciou-se em Gestão pelo ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão, concluiu o mestrado em Finanças pelo ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, realizou um doutoramento em Finanças na Tilburg University, nos Países Baixos, e uma pós-graduação em Fiscalidade no IDEFE/ISEG, através do programa Driving Government Performance da Kennedy School of Government, da Universidade de Harvard.

Atualmente é professor auxiliar de Finanças, com agregação, no ISEG - função que desempenha desde 2014, após sete anos como assistente – e tem lecionado em várias faculdades nacionais e internacionais, bem como em cursos do Tribunal de Contas, Inspeção-geral das Finanças e Instituto Nacional da Administração, e formações da Direção-geral de Contribuições e Impostos e da Direção-geral do Orçamento.

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Foi em 1999 que chegou ao Governo, onde trabalhou dez anos no Ministério das Finanças e foi consultor da UTAO – Unidade Técnica de Apoio Orçamental da Assembleia da República. Conquistou o título de assessor económico de Aníbal Cavaco Silva, aquando do seu segundo mandato como Presidente da República, entre 2012 e 2016, dois anos depois tornou-se responsável pela área das Finanças Públicas do PSD e agora é presidente do Conselho Estratégico Nacional do partido. Sentou-se pela primeira vez no hemiciclo na anterior legislatura, como líder da bancada social-democrata e ajudou a coordenar o seu programa eleitoral.

Parcerias público-privadas, Finanças Públicas e Fiscalidade, é nestas áreas que centra a sua investigação ao longo dos anos, levando-o a assinar quatro livros publicados internacionalmente, 17 em Portugal e mais de 100 artigos académicos nestas áreas. Aborda frequentemente o crescimento económico, a produtividade e os impostos em intervenções públicas e textos de opinião, criticando inclusivamente as políticas do Partido Socialista. 

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Serve de exemplo um dos textos mais recentes, publicado no jornal ECO, no qual defende o programa da Aliança Democrática, que garante focar-se nos seguintes pontos: menos impostos sobre as famílias e o investimento, apostar na iniciativa privada e na produtividade, melhor Estado, menos corrupção e uma economia de futuro. Intitulada Mudar de rumo com a AD, a mensagem de Joaquim Miranda Sarmento passa pela necessidade de transformar Portugal "num país que acelera para o pelotão da frente", deixando para trás a imagem de "uma economia relativamente pobre e resignada, a cair para a cauda da Europa". 

"Vai ser a cadeira de sonho de Miranda Sarmento"

"O Ministério das Finanças é sempre essencial, normalmente o mais importante de um Governo", diz Pedro Santos Guerreiro. Para o diretor-executivo da CNN Portugal "não era indiferente" que esta pasta fosse, ou não, atribuída a Miranda Sarmento, uma vez que para além das suas qualidades técnicas importava perceber a capacidade - ou falta dela - que Luís Montenegro tinha para surpreender. Acabou por não haver "surpresa nenhuma". 

Afirma também que "vai ser a cadeira de sonho" do político social-democrata e esclarece que as dúvidas que existem à sua volta não dizem respeito a questões técnicas, mas à capacidade e autoridade política dentro de um Governo. "Um ministro das Finanças tem mesmo de ser alguém com poder interno, com autoridade interna, porque se não está lá só para passar cheques, mais nada." 

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