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Casa absorve salários de nove anos de trabalho

Os portugueses precisam de nove anos de trabalho para comprar uma casa. Ainda assim, o peso da prestação mensal no orçamento familiar nunca foi tão baixo.

Segundo revela um estudo do BBVA Portugal agora apresentado sobre a situação imobiliária no nosso país, a habitação é um activo «caro» em Portugal.

Os dados da OCDE, correspondentes a 2004, revelam que o salário médio anual superou ligeiramente os 13.000 euros anuais, enquanto que o preço de uma habitação de 100 metros quadrados correspondia, em média, aos 120 mil euros.

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Ou seja, feitas as contas, os portugueses teriam de dedicar integralmente o salário de nove anos de trabalho para comprar uma casa, uma média muito superior quando comparada com outros países, como a Espanha, Reino Unido, Alemanha e Japão, em que o preço da habitação se situa entre os três e cinco vezes o salário médio bruto anual.

Contudo, como os portugueses não têm só as rendas como despesas familiares, e o peso dos empréstimos bancários no rendimento mensal dos portugueses para comprar casa anda na ordem dos 30%, isso faz com que sejam precisos 25 anos para acabar de comprar uma habitação!

No entanto, nem tudo são más notícias já que, de acordo com o mesmo estudo, o esforço das famílias em 2004 para pagar a sua habitação é consideravelmente menor do que há dez anos atrás quando cerca de 80% do ordenado era canalizado para o pagamento das prestações da casa.

Assim, a relação dos preços das habitações com as receitas das famílias portuguesas desce até 6,5 vezes, beneficiando não só da importante descida nas taxas de juro do mercado de habitação, como pelo aumento dos prazos de crédito, devido à existência de maior concorrência no sector financeiro.

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Tudo isto em simultâneo com a melhoria dos rendimentos brutos dos portugueses, sendo que, em 1990 os rendimentos médios das famílias eram de 8.236,96 euros, enquanto que em 2004 o montante se cifrou nos 18.214,10 euros.

Desta forma, e considerando uma família média com receitas totais de 18.200 euros por ano, aproximadamente, a sua capacidade de financiamento, nas condições actuais do mercado de a habitação, permitir-lhe-ia adquirir uma habitação de tamanho médio por um preço final de 124.000 euros.

Quanto à perspectiva para 2005, as estimativas apontam para que volte a haver uma ligeira reanimação quer da oferta quer da procura do crédito à habitação, que em 2004 subiu 11% para os 84,5 mil milhões de euros em saldo. Mas, tal estará sempre condicionada «pelas previsíveis subidas de taxa de juro a médio prazo que, no entanto, serão compensadas por aumentos do rendimento familiar nos próximos anos, mantendo relativamente estável a capacidade de pagamento das famílias», acrescenta o estudo.

Até porque, de acordo com o responsável do BBVA Portugal, Segundo Huarte, a expectativa é de que o BCE manterá baixos os níveis de taxas de juro em 2005. «Quando muito depois do Verão haverá uma subida de 25 a 50 pontos base, não mais», disse durante a apresentação do estudo.

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