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Vamos brincar aos doutores?

Chegam de nenucos nos braços, homens-aranha, action-mans e companheiros afins. Vêm tratar dos seus bonecos como se fossem gente grande

No Hospital da Bonecada não há lugar para ter medo de médicos, enfermeiros, agulhas ou brocas de dentista. O objectivo «é conseguir desmistificar o medo da bata branca ao mesmo tempo que tentamos dar a perceber como funciona um hospital», explica Rita Rodrigues, coordenadora do projecto, ao PortugalDiário.

Um grupo de crianças acaba de chegar ao hospital anexo do Dona Estefânia. Têm entre 5 e 7 anos, e fazem parte do ATL do bairro da Mouraria. O ambiente é de agitação e ansiedade na sala de espera. Afinal, todos querem tratar dos seus bonecos.

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Sara, 6 anos, com a boneca Sayuri a tiracolo, não esconde a curiosidade. No consultório médico preenche uma caderneta com os seus dados pessoais e os da sua boneca, antes de ser encaminhada para a sala de tratamentos.

A boneca da Sara tem febre e os futuros médicos e enfermeiros da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa explicam quais os cuidados a ter, ao mesmo tempo que prescrevem uma receita e o tratamento mais adequado para cada caso.

O boneco da Isa, além de cumprir medicação, vai receber beijinhos e miminhos para melhorar mais depressa. Na farmácia existem «beijinhos» de sobra. E afinal «também ajudam a melhorar mais depressa», argumenta a farmacêutica de serviço.

Homem-aranha de braço partido

Já na sala de tratamentos, os médicos e enfermeiros tratam feridas, dão injecções, tiram a febre, dão xaropes de morango e maçã. «O homem aranha não faz birras por isso os meninos também não», argumenta um dos médicos. Relembre-se que o homem-aranha do Paulo precisou tirar um Raio-X. Diagnóstico, um braço partido. Nada que um tratamento adequado não cure. «Nos casos mais graves é preciso levar para a sala de operações», refere uma das enfermeiras de serviço.

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Todos os bonecos passam pelo dentista, porque «prevenir cáries e cuidar bem dos dentes também é importante», relembra Carina Soares, estudante de Medicina Dentária.

No consultório, há lugar para todas as crianças ouvirem histórias sobre os cuidados a ter com a higiene oral, e aprenderem que afinal ir ao dentista não é tão mau quanto alguns adultos pintam.

No fim da ida ao hospital, uma sensação de dever cumprido. A bonecada foi convenientemente tratada e com a colaboração dos respectivos proprietários, daqui à recuperação é apenas um pequenino passo.

Porque afinal, se levar injecções não custa, tomar xarope nem é assim tão mau, e os médicos até são simpáticos, então vir ao hospital também deixou de ser problema. E, contas feitas, com os bonecos até é bem mais divertido.

Para visitar no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, até 23 de Março.

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