Só no Algarve terão ardido já, de acordo com estimativas apresentadas pelo próprio Governo, mais de 50 mil hectares de florestas e a Serra do Caldeirão, que ocupa o grosso do território algarvio não costeiro, foi a zona mais devastada.
Já no ano passado, o Algarve foi uma das regiões mais penalizadas pelos incêndios, que estiveram vários dias fora de controlo. Na altura, foi também decretado o estado de calamidade na região do Algarve, nomeadamente no concelho de Monchique, o mais prejudicado, e o Governo prestou algum apoio, em termos de protecção civil às zonas mais penalizadas, nomeadamente em termos de reflorestação e de simplificação dos processos junto do Infadap e do Ministério da Agricultura nos casos de pessoas que tinham perdido animais.
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Este ano, e depois de a região ter sido palco de um dos mais violentos incêndios que já teve lugar este ano, e com oito concelhos afectados, os autarcas vão pedir ao ministro das Cidades, Administração Local e Desenvolvimento Regional, José Luís Arnaut, um pedido para que o estado de calamidade seja novamente decretado no Algarve.
Os argumentos são muitos, já que milhares de pessoas foram afectados no seu património e, sobretudo, nos seus meios de subsistência. A população do Algarve não costeiro depende largamente dos meios da Serra do Caldeirão em termos económicos, nomeadamente da exploração de cortiça e mel, entre outras actividades. «Além dos hectares de florestas queimados, há duas dezenas de habitações que ficaram completamente destruídas e muitas centenas de animais que morreram», afirmou o presidente da Associação de Municípios do Algarve (AMAL), Macário Correia, em declarações à Agência Financeira.
«Sobretudo para as pessoas mais idosas, que têm mais dificuldades em refazer as suas vidas, vamos ajudá-las a recuperar, dar-lhes algum apoio, para que possam investir», adiantou.
Além disso, conclui, o Algarve foi afectado também em termos de infra-estruturas, «desde a rede viária, às ligações de telefones, a cabos de electricidade, etc.».
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