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Inventor cria contentor para apagar fogos com aviões C-130

Proposta está no Ministério da Administração Interna desde Maio. Inventor continua à espera de resposta à ideia que acredita que mudaria o combate às chamas em Portugal

Um português indignado com a destruição causada pelos incêndios enviou ao Governo um projecto que permite adaptar os aviões C-130 da Força Aérea para combater as chamas, mas desde Maio que aguarda resposta do Ministério da Administração Interna.

António Quintas trabalha na hotelaria mas, nas horas vagas, gosta de criar projectos e, ano após ano, tem imaginado formas de combater os fogos florestais, pois considera que os meios que estão a ser utilizados no combate aos fogos «não são suficientes».

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Conforme disse à Agência Lusa, além de «insuficiente», a forma como os fogos estão a ser combatidos é «muito dispendiosa», quando «poderia ser mais eficiente e muito mais barata».

Da necessidade de acabar com o flagelo dos fogos nasceu o engenho de António Quintas, que criou um contentor para água - com capacidade até 40 metros cúbicos - adaptado ao transporte aéreo, nomeadamente aos C-130 da Força Aérea Portuguesa.

O C-130 é um avião quadrimotor, com trem retractivo e acesso ao compartimento de carga na fuselagem pela parte traseira do avião, que se abre em rampa.

Este acesso facilita as operações de carga e descarga, além do transporte de cargas volumosas, como seria o contentor desenhado por António Quintas.

Segundo o projecto, o contentor entra e sai do C-130 através de dois carris colocados na aeronave.

O contentor é dividido em três compartimentos, obtidos através de duas comportas móveis que permitem controlar a água a ser utilizada, além de reduzirem a oscilação do líquido enquanto não é libertado.

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O funcionamento destas comportas resulta da acção manual ou mecânica, não sendo por isso necessária grande tecnologia, segundo o autor do projecto.

Uma terceira comporta fica localizada na parte traseira do C-130 e faz a ligação com o exterior, abrindo para a libertação da água durante o voo.

Na parte superior do contentor situam-se três válvulas que permitem o abastecimento e a circulação do ar, evitando a saída de água pela parte superior.

António Quintas considera que esta solução é «eficaz e barata» e utiliza a mais-valia deste tipo de aviões, que conseguem voar a baixa altitude.

Em Janeiro deste ano, António Quintas apresentou o projecto ao ex-ministro da Administração Interna Daniel Sanches, através de uma carta que «não obteve resposta».

Na missiva, o autor do projecto juntou duas fotografias da maqueta do contentor e disponibilizou-se para pormenorizar a ideia, mas nunca obteve resposta à proposta.

Após a mudança do Governo, António Quintas voltou a escrever ao ministro da Administração Interna, desta vez a António Costa, com a mesma proposta, encontrando-se ainda a aguardar uma resposta.

Contactado pela Lusa, fonte do gabinete do ministro da Administração Interna confirmou a presença da proposta de António Quintas no Ministério.

A mesma fonte adiantou que, «ao contrário do que é habitual», a proposta de António Quintas não recebeu qualquer resposta do Ministério, embora se encontre a ser analisada.

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