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Cotrim Figueiredo avisa que PR menos respeitado terá dificuldade em ser fiel do regime

Antigo presidente da IL e cabeça de lista do partido às próximas europeias fez um jantar comício em Almada, com um discurso muito crítico das declarações do Presidente da República na última semana

O candidato às eleições europeias da Iniciativa Liberal (IL) criticou esta noite as apreciações “absolutamente inaceitáveis” de Marcelo Rebelo de Sousa, avisando que, quanto “mais fraco” e menos respeitado for o Presidente da República, mais dificuldade terá em ser fiel do regime.

João Cotrim Figueiredo, antigo presidente da IL e cabeça de lista do partido às próximas europeias, fez sábado à noite, num jantar comício em Almada, Setúbal, um discurso muito crítico das declarações do Presidente da República que marcaram esta semana, considerando que é uma instituição que “não tem estado particularmente brilhante”.

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“Vocês não acham que as apreciações étnicas ou sociológicas de outros titulares de cargos públicos, presentes ou passados, são absolutamente inaceitáveis? Vocês não acham que as tentativas desastradas de fazer uma espécie de reinterpretação criativa da história enfraquece a instituição da Presidência da República, enfraquecem a democracia e fragilizam a liberdade?”, questionou, para dizer de imediato que “a resposta é sim”.

Na opinião do liberal, “é absolutamente inadmissível” que situações destas possam acontecer porque resultam no “consecutivo enfraquecimento das instituições” de que os portugueses dependem todos os dias, como é um “sistema de Justiça eficaz” ou a Presidência da República.

“O Presidente da República, enquanto fiel do regime que, quanto mais fraco for, quanto menos respeitado for, quanto menos ouvido for, menos poderá fazer pelo tal equilíbrio do sistema que nos tem feito viver em democracia, em liberdade, com pleno usufruto dos direitos e garantias que a constituição nos confere”, avisou.

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Cotrim Figueiredo tinha começado por considerar que a liberdade se defende também quando se protege a dignidade das instituições do sistema democrático.

“Sem instituições democráticas fortes não temos uma democracia forte, não temos liberdades e direitos das pessoas devidamente assegurados”, considerou.

O primeiro exemplo que o antigo líder liberal deu foi sobre a sugestão do presidente da Assembleia da República de chamar ao parlamento a Procuradora-Geral da República para dar explicações.

“Pode fazer sentido, eu também gostava de muito maior escrutínio relativamente à atividade do Ministério Público, mas esta chamada à Assembleia da República está perigosamente perto da sujeição do poder judicial ao poder político e isso um liberal nunca pode aceitar”, criticou.

“A liberdade defende-se todos os dias quando não admitimos que ninguém, ninguém seja ameaçado ou agredido quando desce a Avenida da Liberdade”, disse, recebendo um forte aplauso a esta referência à situação da deputada da IL Patícia Gilvaz que disse ter sido insultada e intimidada fisicamente no desfile do 25 de Abril em Lisboa.

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Depois discursou o presidente da IL, Rui Rocha, que também se referiu a este caso e se atirou aos que “se julgam donos da liberdade”.

Rui Rocha voltou aos temas sobre os quais já tinha falado antes aos jornalistas, com críticas ao Presidente da República sobre a reparação do período colonial e também ao que chamou de pacto de regime contra a justiça.

O presidente da IL aproveitou para fazer um breve balanço sobre as primeiras semanas de governação.

“Este Governo tem medidas boas e medidas originais. Infelizmente a maior parte das medidas boas não são originais e a maior parte das medidas originais não são boas”, criticou.

Entre estas ideias está a defendida pelo ministro Nuno Melo de que o serviço militar poderia ser uma alternativa para jovens que cometem pequenos delitos em vez de serem colocados em instituições.

“É uma ideia original, mas é uma péssima ideia. Nós precisamos de Forças Armadas, profissionais, especializadas, bem formadas, bem remuneradas, (...) se não há recursos nas Forças Armadas, esqueçam medidas como o serviço militar obrigatório ou medidas como levar delinquentes para as Forças Armadas”, defendeu o liberal.

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