Apesar de ter sido aconselhado a aumentar a renda ou arrendar a turistas, o espanhol garante que não vai aumentar a renda de 500 euros. E explica porquê
Cobra 500 euros de renda e não pretende aumentar o valor, apesar de dizerem que é “louco” e o aconselharem a “aumentar o preço para 800 euros”. Chama-se David Romero e é dono de um imóvel em Vigo. Diz que tem “consciência social” e quer ajudar o jovem casal a quem arrendou a casa a ter “uma vida digna” e “um projeto de vida”.
Tal como em muitas regiões de Portugal, é cada vez mais difícil encontrar um bom apartamento em Vigo. Os preços atingem máximos históricos, em várias zonas da cidade. Por isso, encontrar uma casa com um preço razoável é quase impossível - a menos que o senhorio seja David Romero (ou alguém que pense como ele).
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Em declarações ao jornal Atlántico, Romero diz que a sua intenção “não é ficar rico com o imóvel”. O espanhol sabe que poderia ganhar mais com o apartamento, mas também sabe que, se ouvisse as imobiliárias, o casal a quem arrenda a casa “não se conseguiria emancipar, apesar de ambos trabalharem”.
“Disseram-me que, se arrendasse como alojamento de férias, podia ganhar 600 euros por semana, e isso daria para viver o ano inteiro, mas prefiro cobrir as despesas, guardar um pouco para a minha filha e pouco mais”, explica Romero, apontando que Vigo tem um sério problema de habitação, devido ao alojamento turístico e ao incumprimento da lei, que limita a subida das rendas a 2%.
Os senhorios arranjam formas de contornar as regras. Para além disso, os grandes proprietários acabam por fixar preços e pressionar os outros a aumentar as rendas. Por isso, Romero pede uma regulamentação a curto prazo. “Quem vai conseguir viver assim? É vergonhoso querer arrendar e não poder”, alerta.
“É melhor ter a segurança de receber todos os meses, embora não fiques rico, do que aumentar os preços e eles não conseguirem pagar”, defende o baterista, que deu nas vistas ao expor a situação no Twitter: “Quando morreu a minha mãe recebi um quinto do apartamento em que vivíamos. Com esse dinheiro, uns 40 mil euros, comprei um apartamento (com hipoteca de 60 mil) e recuperei-o com a ajuda de amigos. Cobro 500 euros por mês. Podia cobrar muito mais, mas para quê? Para que não me possam pagar? Em quatro anos, não lhes subi a renda nem um cêntimo. E não o farei. Quero-os como inquilinos por muitos anos e quero que tenham uma vida digna.”
Cuando murió mi madre me tocó 1/5 del piso en el que vivíamos, con ese dinero (poco) unos 40000 euros compré un piso (con hipoteca de 60 mil) y lo reformé con mis manos y amigos, piso muy céntrico en Vigo, cobro 500 euros/mes, podría cobrar mucho mas, para que?? Hilo 👇 pic.twitter.com/g3uug57tYC
— DZZD 🔻 (@Davizz66) January 27, 2023
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