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Agência dos Direitos Fundamentais da UE pede mais combate ao racismo

Os protestos antirracismo têm marcado várias cidades da Europa, mas começaram nos Estados Unidos, depois da morte, em 25 de maio, do afro-americano George Floyd por um polícia branco em Minneapolis

A Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia pediu hoje aos Estados-membros para intensificarem o combate à discriminação e violência contra negros na sequência dos protestos antirracismo registados na Europa nos últimos dias.

O assédio racista, a violência e a discriminação com base na etnia são comuns na Europa”, refere a agência de defesa dos direitos humanos da União Europeia em comunicado hoje divulgado.

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Na sequência dos atuais protestos que se estão a espalhar por todo o continente, a Agência dos Direitos Fundamentais da UE (FRA) insta os Estados-membros da UE a intensificar seus esforços e combater efetivamente a discriminação, o assédio e a violência contra os negros”, sublinha.

Os protestos antirracismo têm marcado várias cidades da Europa, mas começaram nos Estados Unidos, depois da morte, em 25 de maio, do afro-americano George Floyd por um polícia branco em Minneapolis (Minnesota).

Gravadas pelos telemóveis de pessoas que estavam perto, as imagens da agonia de George Floyd – quando o polícia lhe pressiona o pescoço com um joelho, apesar do detido estar no chão algemado e a dizer que não conseguia respirar – percorreram o mundo e lançaram um movimento de protesto contra a discriminação designado "Black Lives Matter".

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Ninguém deve ser um alvo apenas por causa da cor da sua pele”, defende o diretor da FRA, Michael O'Flaherty, no comunicado hoje divulgado.

Ninguém deve ter medo de ser parado pela polícia só porque é negro. Não há espaço para o racismo e a discriminação racial no século XXI e precisamos de trabalhar juntos para erradicar as práticas racistas de uma vez por todas na Europa”, considerou.

A FRA recorda ainda as conclusões de um relatório de novembro de 2018 - “Being Black in the EU” (Ser Negro na União Europeia) – que mostrou que “os negros enfrentam na União Europeia uma discriminação generalizada”.

O relatório concluía ainda que “muitos negros na Europa sofrem assédio racista e violência, inclusive às mãos da polícia, na Europa”.

O documento, publicado no final de 2018, foi feito com base nas experiências de quase 6.000 negros em 12 Estados-membros da EU e concluía que quase um terço (30%) dos entrevistados tinham sido assediados racialmente e 5% tinham sido atacados nos cinco anos anteriores à pesquisa.

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Além disso, um em cada quatro entrevistados dizia ter sido discriminado nas operações stop da polícia nos últimos cinco anos, sendo que 41% achava que era parado precisamente por uma questão racial.

Os homens queixaram-se mais do que as mulheres, considerando que são três vezes mais alvo de operações stop, mas quase todo o grupo (86%) admitiu que não faz queixa à polícia quando se sente racialmente discriminado

Sublinhando que irá apoiar os Estados-membros, a FRA lembrou ter publicado um guia para ajudara polícia a evitar a discriminação e apoiar as vítimas de racismo que queiram processar os autores.

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