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«Charlie Hebdo»: ministros da Cultura da UE condenam ataque inominável

Ministros lembram que jornalistas e cartoonistas do Charlie Hebdo foram assassinados «porque desenhavam e publicavam bandas desenhadas»

Os ministros da Cultura da União Europeia condenaram este domingo o ataque à redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo, considerando-o como um «ato inominável» com intenção de silenciar para sempre aquele órgão de comunicação social.

Na declaração, assinada também pelo secretário de Estado da Cultura português, Jorge Barreto Xavier, os ministros da União Europeia lembram que jornalistas e cartoonistas do Charlie Hebdo foram assassinados «porque desenhavam e publicavam bandas desenhadas».

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«Apesar das ameaças de morte reiteradas, eles optaram por continuar a expressar a sua liberdade de pensar e criar com humor e talento», refere a declaração conjunta, hoje divulgada.

Os ministros da Cultura consideram que a intenção do ataque terrorista ao Carlie Hebdo, que matou 12 pessoas na quarta-feira, foi «eliminar a publicação do jornal, restringir a liberdade de pensar, falar e criar».

«Estas liberdades são valores nucleares da democracia europeia. São valores democráticos universais. Neste período de profunda tristeza e desgosto, nós, os ministros da Cultura da União Europeia, condenamos esta barbárie sem sentido que procura minar os nossos valores essenciais da forma mais violenta», refere o documento.

Os responsáveis pela política cultural nos vários países da União Europeia lembram ainda que as artes têm sido, desde sempre, fonte de inspiração para a reflexão, «ao dar origem a novas ideias e ao lutar contra a intolerância e a ignorância».

«Somos unânimes a expressar a nossa convicção de que a liberdade artística e a liberdade de expressão permanecem firmes e inabaláveis no coração dos nossos valores comuns europeus. A França e os seus aliados na União Europeia salvaguardam esses valores e promovem-nos no mundo. Afirmamos a nossa determinação em continuar a fazê-lo no futuro», escrevem os ministros da Cultura.

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Desde quarta-feira, registaram-se três incidentes violentos na capital francesa, incluindo um sequestro, que, no total, fizeram 20 mortos e começaram com o ataque ao Charlie Hebdo.

Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, foram mortos na sexta-feira na sequência do ataque de forças de elite francesas a uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde se barricaram.

Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, tendo a polícia estabelecido “uma conexão” entre os dois ‘jihadistas’ suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino.

Na sexta-feira, ao fim da manhã, cinco pessoas foram mortas num supermercado 'kosher' (judaico) do leste de Paris, numa tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi igualmente morto durante a operação policial.

Para hoje está agendada uma manifestação em Paris - prestes a começar - em que participará um grande número de líderes políticos europeus, entre eles o presidente francês, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.

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