Já fez LIKE no TVI Notícias?

Onze de Setembro, o fim do tabu

Relacionados

Seis anos depois dos atentados, nos EUA já se fala abertamente sobre o terror que paralizou o país e marcou uma era. O clima de suspeição na América de Bush, perante tudo que contrariasse a versão oficial dos acontecimentos a que o mundo assistiu em directo, dissolveu-se. E os artistas anteriormente alvos de censura são hoje galardoados

Passado este período de tempo já se fala sobre os atentados que ocorreram nos EUA. O clima de suspeição e crítica vivido no país perante tudo que contrariasse a opinião governamental desapareceu e os artistas anteriormente censurados são hoje galardoados

No dia 11 de Setembro de 2001 o mundo despertou debaixo de imagens chocantes vindas do outro lado do Atlântico. De início, a incompreensão e espanto perante o primeiro avião que se despenhava na torre, depois a suspeição aquando do segundo embate e, definitivamente, o fim da incerteza e a confirmação do ataque reivindicado por um grupo terrorista.

PUB

Os ataques fizeram 2.749 mortos. O presidente da nação, George W. Bush, saiu em defesa do seu povo prometendo «guerra» a todos os que atacaram o país e protecção aos afectados.

Durante os primeiros anos após o ataque, a abertura ao diálogo e o uso artístico do tema era limitado nos Estados Unidos. Pronunciar algo que abalasse a confiança nacional ou a imagem do presidente e do seu país era mal interpretado e criticado. Uma violação aos rigores do Patriot Act.

A exibição do filme «11/09/01», no Festival de Cinema de Veneza em 2002, causou polémica. O filme, baseado nos ataques, era uma junção de 11 curta-metragens feita por 11 realizadores diferentes. A crítica aos Estados Unidos presente em algumas das «curtas» irritou a plateia. O filme, na altura em que foi lançado, não chegou aos EUA.

Outro caso semelhante, no mundo da música, ocorreu com as «Dixie Chicks». O grupo norte-americano, num concerto em Inglaterra, insurgiu-se contra a política pós-11 de Setembro e a guerra no Iraque. Consideradas, pelo seu país, anti-nacionalistas, viram os seus discos partidos e queimados em praça pública e as suas músicas censuradas na rádio.

PUB

O documentário «Fahrenheit 9/11», realizado pelo controverso Michael Moore, em 2004, foi premiado no festival de Cannes, mas gerou polémica na América.

Passados seis anos, já se fala do 11 de Setembro

O tempo levou a que as pessoas reagissem de forma diferente ao resultado dos atentados. Condicionados pelos efeitos da guerra no Iraque, ou talvez não, a comunidade artística e a população em geral ganhou voz para falar do 11 de Setembro.

No cinema os casos multiplicam-se. Depois dos referidos «11/09/01» e «Fahrenheit 9/11», só no ano de 2006, surgiram quatro filmes: «Voo 93», «The Falling Man» e «The Twin Towers» e «World Trade Center». Este último, realizado por Oliver Stone e com Nicolas Cage no principal papel, tornou-se o mais mediático.

Na literatura, o autor americano Don DeLillo lançou, a 15 de Maio de 2007, o livro «Falling Man», inspirado no atentado.

Neste ano de 2007, as anteriormente criticadas e censuradas «Dixie Chicks» arrecadaram nada mais nada menos que cinco Grammys.

PUB

Já se fala (demasiado) sobre o 11 de Setembro

Maior abertura proporcionou maior margem para a criação das conhecidas teorias da conspiração.

Verdade ou mentira, o que é correcto é que a governação Bush nunca se livrou de um certo espectro de incerteza aliado a este caso. Provavelmente impulsionado por «Fahrenheit 9/11», as páginas dedicadas ao assunto mantém-se tão presentes como os atentados.

Casos como o do quarto avião (voo 93) e o ataque ao pentágono deixaram dúvidas nos mais atentos. O documentário Loose Change, transmitido pela RTP em 2006, é uma das muitas criações que questionaram a veracidade das situações conforme elas foram mostradas.

O mundo mudou com o 11 de Setembro, mas o sufoco sentido desapareceu, o clima de «medo» mudou e a opinião da população sobre a política externa americana e seu respectivo presidente também. Já se fala sobre o 11 de Setembro.

PUB

Relacionados

Últimas