O presidente venezuelano, Hugo Chávez, declarou-se hoje convicto de que «a chave» para um acordo humanitário na Colômbia será que o seu homólogo colombiano o deixe reunir-se com o líder das FARC e que este liberte vários sequestrados pela guerrilha.
Em Paris, no final de uma visita oficial e antes de partir para Lisboa, Chávez informou a imprensa da sua mediação entre o governo de Bogotá do presidente Álvaro Uribe e as FARC, lideradas por Manuel Marulanda, para conseguir a libertação de 45 reféns em poder da guerrilha, que exige em troca a libertação de cerca de 500 insurrectos detidos.
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Chávez disse que espera contar com a autorização de Uribe para se deslocar à selva colombiana para se reunir com Pedro António Marin, mais conhecido como «Manuel Marulanda», e tentar negociar um acordo humanitário.
Caso chegue à fala com Marulanda, o presidente venezuelano afirmou que lhe pedirá que, como gesto unilateral de boa vontade, aceite libertar alguns reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Com esse clima, as negociações poderiam avançar em favor da paz na Colômbia, uma perspectiva sobre a qual Chávez se declarou optimista. Para isso, adiantou que falou com líderes do outro grupo guerrilheiro colombiano, o Exército de Libertação Nacional (ELN), que disse «pretenderem pousar as armas» e «caminhar para um cessar-fogo e um acordo de paz».
Chávez admitiu que, com as FARC, esse processo levará mais tempo, mas argumentou que, se se encontrar com Marulanda, aproveitará para discutir questões políticas e explicar que os movimentos armados podem evoluir para formações políticas, com as quais podem conquistar o poder e fazer mudanças sociais. «Necessitamos de paz para construir a América Latina», afirmou Chávez.
Recordou que as FARC se comprometeram a dar, antes do fim do ano, uma prova de que os reféns em seu poder estão vivos, incluindo a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, sequestrada em 2002 e cujo caso suscita grande interesse em França, por possuir dupla nacionalidade.
Outro dos reféns da FARC é o luso-americano Marc Gonçalves, que foi sequestrado em Fevereiro de 2003, depois de o avião em que seguia com mais quatro pessoas se ter despenhado.
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