A Grécia vai a votos no domingo para decidir, através de um referendo, se quer ou não a aplicação do acordo proposto pelos credores. A consulta foi convocada pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras e entretanto aprovada pelo parlamento. No entanto, a ideia não é nova e há quatro anos ditou mesmo o fim do Executivo de George Papendreou.
Foi a 31 de outubro de 2011 que o então chefe do Governo grego e líder do Partido Socialista da Grécia (PASOK), George Papandreou, anunciou que pretendia levar o programa de ajuda financeira a referendo. O objetivo era saber se os gregos aceitavam ou não a aplicação do segundo pacote de ajuda, no valor de 130 mil milhões de euros, que envolvia mais medidas de austeridade.
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reunião de emergência“Nós confiamos nos cidadãos, acreditamos no seu julgamento e na sua decisão”, afirmou, na altura, no parlamento helénico.
Após o encontro, a posição tomada por Merkel e Sarkozy foi clara: a estabilidade do euro era mais importante do que a Grécia.
O aviso"Queremos que eles [gregos] permaneçam na Zona Euro. Mas, se não quiserem, essa é a sua decisão. E não abdicaremos o euro por causa disso”, disse, na altura, Angela Merkel.
Mas para Papandreou os problemas causados pela ideia de um referendo não estavam circunscritos ao plano internacional. Também a nível interno, a intenção causou perplexidade e, mais do que isso, uma crise política.
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Dentro do próprio executivo, vários ministros, incluindo o titular da pasta das Finanças e peso pesado do PASOK, Evangelos Venizelos, estavam contra o referendo.
Na oposição, o líder da Nova Democracia Antonis Samaras apelou à constituição de um governo de gestão e exigiu eleições antecipadas.
E assim, Papandreou viu-se praticamente forçado a recuar. Foi o próprio Venizelos quem declarou o fim do referendo que tanto incomodou os parceiros europeus e os mercados financeiros internacionais.
O primeiro-ministro grego acabou por convidar o partido de Samaras para um governo interino e demitiu-se, dando lugar a Lucas Papademos.
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