Cerca de mil e 500 famílias fugiram nos últimos dias de Musa Qala, cidade do sul do Afeganistão ocupada sexta-feira pelos talibãs, por receio de um ataque das forças da NATO, que estão, esta segunda-feira, a lançar panfletos sobre a localidade. A notícia foi avançada pela agência Lusa.
Cerca de 200 combatentes talibãs entraram sexta-feira em Musa Qala, capital de um distrito da província de Helmand, atacaram a sede do governo local e sequestraram temporariamente os anciãos locais.
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Segundo o responsável provincial para os refugiados, Abdul Satar Mutahari, cerca de 900 famílias fugiram para a capital da província, Lashkar Gah, e cerca de 600 deixaram Musa Qala com destino desconhecido.
Musa Qala, situada a cerca de 100 quilómetros de Kandahar, antigo bastião dos talibãs, conta normalmente com cerca de 700 mil habitantes.
A cidade vive hoje num clima de tensão, segundo testemunhos de habitantes aos jornalistas estrangeiros, perante a possibilidade de um ataque da NATO.
«O bazar está fechado e as ruas estão desertas, porque as pessoas estão com medo de que a NATO e as tropas afegãs lancem uma operação para recuperar» a cidade, declarou o residente local Hadji Bashir Khan.
As forças da NATO, que domingo mataram o líder dos talibãs em Musa Qala - o mullah Abdul Gafoor - num ataque aéreo contra o seu veículo, estão hoje a lançar panfletos sobre a cidade, uns dirigidos à população, outros aos talibãs, segundo confirmou um porta-voz da Aliança Atlântica, o capitão Andre Salloum.
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«A morte do mullah Gafoor quebrou a cadeia de comando e controlo e está a impedir os insurgentes de planearem o próximo ataque», considerou um outro porta-voz das forças das NATO, o coronel Tom Collins.
Musa Qala foi palco no Verão passado de intensos combates entre talibãs e as forças britânicas ao serviço da NATO.
A situação acalmou depois de os britânicos tomarem a cidade e de o conselho de anciãos e o governo provincial concluírem um acordo com a NATO, em Outubro, em que se responsabilizavam pela segurança da cidade.
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