O Governo alemão pediu ao representante dos serviços secretos norte-americanos na embaixada dos Estados Unidos em Berlim que abandonasse a Alemanha, adianta a agência Reuters. O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo porta-voz do gabinete de Angela Merkel, Steffen Seibert.
É uma medida rara entre aliados, ambos membros da NATO e surge depois de, nos últimos dias, o Governo alemão ter começado a investigar dois homens por suspeitas de espionagem para os Estados Unidos. Num dos casos trata-se de um agente dos serviços secretos alemães e no outro um oficial das Forças Armadas.
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«O pedido foi feito à luz da investigação que o procurador-geral está a fazer e as questões que nos últimos meses têm surgido relativamente às atividades dos serviços secretos norte-americanos na Alemanha», declarou Seibert.
Angela Merkel deixou duras críticas aos alegados casos de espionagem, comentando que esta prática remonta à Guerra Fria e não devia existir no presente.
«Na Guerra Fria havia uma desconfiança geral. Hoje vivemos no século XXI e há outras novas ameaças.No meu ponto de vista, espiar aliados é uma perda de energia. Temos tantos problemas que nos devíamos focar nas coisas importantes», afirmou a chanceler.
Para os alemães a privacidade é muito valorizada dada a história do país, marcada pela espionagem da Gestapo, polícia nazi, e da Stasi, polícia secreta da antiga República Democrática da Alemanha (RDA).
A descoberta destas «toupeiras» pôs novamente em risco as relações entre Berlim e Washington, depois de no ano passado ter sido revelado que a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla inglês) norte-americana tinha espiado cidadãos alemães através de escutas telefónicas, incluindo a chanceler Angela Merkel.
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