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Papa: políticos devem apoiar os «mais necessitados»

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Bento XVI deixa «apelo final» na despedida de Angola e já está a caminho de Roma

(ACTUALIZADA ÀS 15:20)

O Papa Bento XVI partiu do aeroporto de Luanda às 11:00 locais (10:00 em Lisboa) num avião da Alitalia de regresso a Roma após uma visita de quatro dias a Angola, refere a Lusa.

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Antes da partida, o sumo pontífice apelou a todos os que «ocupam cargos públicos» para se preocuparem com os mais necessitados, com o bem comum, e defendeu a solidariedade em nome da «partilha equitativa» da riqueza.

«Se me permitissem um apelo final seria para pedir que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal de quantos ocupam cargos políticos públicos visto que a sua intenção, estou certo, é desempenhar a missão recebida não para si mesmo mas em vista do bem comum¿, disse Bento XVI, no final de uma visita de quatro dias a Angola.

«O nosso coração não pode estar em paz enquanto virmos irmãos sofrerem por falta de alimento, de trabalho, de um tecto ou de outros bens fundamentais», disse o Papa, na cerimónia de despedida no aeroporto de Luanda.

Bento XVI que agradeceu ao chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, o «tratamento fidalgo» com que foi recebido pelas autoridades e defendeu, no discurso de despedida, a solidariedade como um valor capaz de vencer a injustiça social.

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«Para se oferecer uma resposta concreta a estes nossos irmãos em humanidade, o primeiro desafio a vencer é o da solidariedade: solidariedade entre as gerações, solidariedade entre países e entre continentes, que dê origem a uma partilha cada vez mais equitativa das riquezas da terra, entre todos os homens», referiu Bento XVI.

O Papa disse ainda que pediu a Deus protecção e ajuda aos «refugiados e deslocados sem número que vagueiam à espera de um retorno a casa» e exortou «os amigos de África» e os angolanos em especial a terem coragem em nome da paz e da reconciliação.

«Irmãos e amigos de África, queridos angolanos: coragem! Não vos canseis de fazer progredir a paz, cumprindo os gestos de perdão e trabalhando na reconciliação nacional para que jamais prevaleça a violência sobre o diálogo, o medo e o desânimo sobre a confiança, o rancor sobre o amor fraterno», disse o Papa.

«É hora de me despedir, para voltar a Roma, triste por vos deixar mas feliz por ter conhecido de perto um povo corajoso e decidido a renascer, não obstante as resistências e os obstáculos. Este povo pretende construir o seu futuro, caminhando por sendas de perdão, justiça e solidariedade», afirmou.

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Entretanto, o bispo de Cabinda, D. Filomeno Vieira Dias, desvalorizou hoje em Luanda a situação da Igreja naquele território, frisando não ser um assunto que mereça tratamento diferente das «situações ordinárias» na vida da Igreja.

Em 2005, a Igreja Católica em Cabinda enfrentou uma crise que levou ao encerramento de uma das suas paróquias e ao afastamento de dois padres da região, alegadamente pelo envolvimento na situação política do enclave, nomeadamente com as pretensões independentistas.

Segundo Filomeno Vieira Dias, que falava aos jornalistas numa conferência de imprensa de balanço da visita do Papa a Angola, a situação da Igreja em Cabinda «chama a atenção pela anormalidade, mas não foi objecto de conversa com o Santo Padre que está desde a nomeação do bispo informado deste facto».

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