António Guterres revelou esta quarta-feira, falando aos jornalistas na sede das Nações Unidas, que ofereceu a mediação do organismo a seis países envolvidos, direta ou indiretamente, na escalada de tensão entre Estados Unidos e Coreia do Norte. Além destas nações, o secretário-geral contatou a China, Rússia, Japão e Coreia do Sul.
Os meus préstimos estão sempre à disposição e enviei uma mensagem aos representantes das seis partes envolvidas", afirmou Guterres, que defendeu ser altura de "desligar a retórica e ligar a diplomacia".
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Guterres assumiu, contudo, que o novo pacote de sanções à Coreia do Norte, aprovado por unanimidade pelos 15 membros do Conselho de Segurança, deve ser aplicado. Ainda assim, alertou que o cenário atual de confrontação verbal e de ameaças entre norte-coreanos e norte-americanos mostra um "clima de tensão que não se via há décadas"
Cortai relaçõesA solução para esta crise tem de ser política. As consequências potenciais de uma ação militar são horrorosas só de pensar nelas", assumiu António Guterres.
Com o líder norte-coreano a dizer, na sua última intervenção conhecida, que esperava para ver o que fariam os norte-americanos, antes de bombardear a ilha de Guam, no oceano Pacífico, do outro lado, Donald Trump considerou tratar-se de uma atitude "sensata e razoável" da parte de Kim Jong-un.
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A alternativa seria duplamente catastrófica e inaceitável", advertiu Trump através da seu canal predileto de comunicação, a rede Twitter.
De forma enérgica e dura, surgiu, contudo, esta quarta-feira, o vice-presidente norte-americano Mike Pence, que pregou a países latino-americanos como o Brasil, México, Perú e Chile a cortarem relações, comerciais e diplomáticas, com a Coreia do Norte.
Pence advertiu que "todas as soluções continuam em cima da mesa" do lado norte-americano, mas num tom mais conciliador, Pence reconheceu também que a pressão chinesa sobre a Coreia do Norte representa "um vislumbre de esperança numa solução pacífica".
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A pressão chinesa sobre o regime de Pyongyang é vista como uma chave para reabrir as soluções diplomáticas capazes de resolver a crise em torno da Coreia do Norte.
Numa entrevista transmitida através do canal Youtube, a chanceler alemã Angela Merkel saudou o facto dos líderes chinês e norte-americano terem conversado ao telefone sobre a questão.
Sou totalmente contra a retórica do armamento que está a ser usada por todos os lados. Não há solução militar para este conflito, que deve ser resolvido por via negocial", assumiu Merkel.
O mesmo registo foi também usado pelo chefe da diplomacia alemã, Sigmar Gabriel, que afirmou estar "um pouco mais optimista desde ontem. penso que, acima de tudo, a pressão chinesa contribuiu para a posição da Coreia do Norte de pôr de lado a ideia de disparar um míssil contra Guam".
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