Já fez LIKE no TVI Notícias?

Saudita violada e condenada «cometeu adultério»

Relacionados

Ministério da Justiça explica pena aplicada a jovem abusada por grupo

A cidadã da Arábia Saudita, violada por vários homens, em 2006, e posteriormente condenada a seis meses de prisão e a 200 chicotadas, cometeu adultério, anunciou esta semana o ministro da Justiça de Riad, após a onda de críticas em torno do assunto, refere a «BBC».

De acordo com uma nota do Ministério, a jovem «admitiu que havia mantido relações pecaminosas».

PUB

Na altura em que foi violada, a mulher, que era casada, encontrava-se dentro de um carro com um homem, que não era da família, e diante do qual ficou nua.

Depois de terem sido atacados, sequestrados e abusados por um grupo de sete homens, o casal optou pelo silêncio e não denunciou os agressores. O marido da mulher recebeu, porém, uma mensagem anónima semanas depois, informando-o do adultério.

«Ela admitiu o que aconteceu e o seu marido contou-nos a história», acrescentou o ministério saudita.

O Ministério da Justiça saudita rejeitou ainda a «interferência estrangeira» no caso e insistiu que a sentença é legal e que a mulher «confessou que mantinha um romance com outro homem».

A mulher, cujo nome permanece desconhecido, foi inicialmente punida por violar leis de segregação de géneros da Arábia Saudita.

Versão da jovem é diferente

O comunicado não coincide com o depoimento da jovem. Esta muçulmana terá dito que se encontrou com o homem para tentar recuperar uma foto de ambos juntos, já que havia se casado com outro recentemente.

PUB

A Arábia Saudita segue a «wahabitas», uma interpretação muito rigorda da Sharia (lei islâmica), segundo a qual, as mulheres não têm direito de conduzir, não podem ficar na presença de homens que não sejam da família e, em público, devem ficar cobertas da cabeça aos pés.

A jovem, de 19 anos, foi condenada uma primeira vez em Outubro de 2006, depois de ser violada, a uma pena de 90 chicotadas, por ter estado num automóvel com um homem que não era da sua família.

Em 14 de Novembro passado, a pena foi aumentada para 200 chicotadas e seis meses de prisão.

Os sete agressores também foram condenados a entre dois e nove anos de prisão. Este caso provocou críticas em todo o mundo.

PUB

Relacionados

Últimas