A Amnistia Internacional está a investigar o massacre de duas mil pessoas na cidade de Baga e arredores, no Nordeste da Nigéria. Na semana passado, enquanto o mundo estava de olhos postos nos atentados terroristas de Paris, o grupo armado islâmico Boko Haram somava raides e atentados à bomba numa chacina sem precedentes.
«Este ataque a Baga e cidades próximas parece ter sido o mais mortal. A confirmarem-se os relatos de que o grupo arrasou toda a cidade, deixando centenas se não mesmo 2000 pessoas mortas, isto constitui uma escalada brutal e perturbadora na continuada chacina da população civil às mãos do Boko Haram», sublinha Daniel Eyre, perito da Amnistia Internacional para a Nigéria, citado pelo site da organização.
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Os relatos da chacina começaram a chegar por estes dias, mas os ataques tiveram início a 3 de janeiro a cidade de Baga, no estado de Borno, e depois destruíram pelo menos 16 localidades nos arredores.
De acordo com a Amnistia Internacional, «é imperativo que o Governo nigeriano investigue estas brutais violações de direitos humanos e garanta que os responsáveis por tais atos são julgados». Daniel Eyre exorta o governo a «encetar prontamente medidas que protejam uma população que vive aterrorizada, em medo constante de sofrer ataques».
Para a Amnistia Internacional, o Boko Haram cometeu e está a cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Estes «cruéis ataques» do grupo radical islâmico no nordeste da Nigéria levaram 11.320 pessoas a fugirem para o vizinho Chade em apenas alguns dias, avançam as Nações Unidas.
Embora as Nações Unidas ainda não tenham conseguido confirmar as informações sobre a chacina, teme-se que o ataque tenha sido o pior massacre desde o início da revolta do Boko Haram, em 2009.
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