Os apoiantes do ex-primeiro-ministro da Tailândia Thaksin Shinawatra, conhecidos como «camisas vermelhas», estão a reorganizar as forças numa importante área comercial de Banguecoque, onde esperam lançar a «ofensiva final» para a partida do actual primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva, a dissolução do Parlamento e a realização de novas eleições.
De acordo com a agência EFE, centenas de manifestantes decidiram concentrar-se na área comercial de Rajaprasong, onde estão localizados os principais hotéis e centros comerciais da capital tailandesa, o que resulta em prejuízos de milhões de dólares. Esta crise política, que começou há quase um mês, tem provocado uma menor afluência de turistas.
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«Nós organizámos o nosso movimento de luta. Esperamos que isso marque a última etapa do confronto que mantemos com o Governo», afirmou Nattawut Saikuar, um dos líderes das «Camisas Vermelhas».
Os manifestantes começaram assim a abandonar o outro ponto dos protestos perto do centro histórico da capital, onde, no último fim-de-semana, aconteceram violentos confrontos com os soldados. O número de mortos chegou esta quarta-feira a 23, após o falecimento de um soldado e um civil feridos durante tiroteios e explosões de granadas.
Veículos militares continuam no centro histórico da capital, onde na segunda-feira começaram as celebrações do ano novo tailandês, apesar de o Governo ter cancelado os eventos oficiais. A Frente Unida para a Democracia e contra a Ditadura, plataforma de apoio a Shinawatra, está a distribuir DVDs com imagens que supostamente mostram soldados a disparar contra os manifestantes.
As celebrações do Songkran, o novo ano budista, que decorrem até ao fim da semana, provocaram uma calma aparente na situação. Outro dos líderes das «camisas vermelhas» revelou que «o próximo passo a dar só será tomado depois de sexta-feira», o último dia das celebrações.
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Governo inicia caça ao homem
O Governo tailandês iniciou entretanto as buscas para capturar homens armados, acusados de se misturarem com os «camisas vermelhas» e começarem os tiroteios com as tropas governamentais, no sábado.
«Não podemos deixar os terroristas andarem livremente pelo país, temos suficientes provas fotográficas e vídeos que identificam aqueles que levavam espingardas M16 e AK-47», afirmou o vice-primeiro-ministro, Suthep Thuagsuban.
Os manifestantes, que iniciaram os protestos há um mês, exigem eleições antecipadas por considerarem que o Governo não é legítimo. Isto porque não foi eleito nas urnas, mas mediante pactos parlamentares.
Thaksin Shinawatra, deposto por conta de um golpe de Estado em 2006 e foragido da justiça tailandesa, acompanha os protestos a partir do exílio.
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