A cadeia televisiva Al Jazeera, com sede no Qatar, teve acesso a documentos confidenciais do regime sírio sobre a repressão da contestação popular. Estas novas informações revelam que as ordens para as operações contra os rebeldes são assinadas pessoalmente pelo presidente sírio, Bashar al-Assad.
A Al Jazeera diz ter recebido centenas de documentos de Abdel Majid Barakat, até há pouco tempo um dos altos funcionários do regime, que tinha a função de coligir a informação secreta que chegava de toda a síria sobre a gestão da crise.
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Contudo, Barakat era mais do que um funcionário do regime. Durante meses, a informação que agregava, na coordenação das várias agências de inteligência no país, era passada aos rebeldes.
Quando sentiu que a sua posição estava comprometida e que corria risco de vida, Barakat fugiu do país e foi para a Turquia, segundo explica o correspondente da Al Jazeera neste país James Bays.
O repórter dá conta que, através da análise dos documentos secretos que o antigo funcionário do regime sírio levou consigo, se percebe um envolvimento profundo do presidente Bashar al-Assad na repressão.
«Todas as tardes, às 19:00 horas em Damasco, há uma reunião de todos chefes de inteligência e segurança que analisam o que se passou no país ao longo do dia, fazem planos e preparam as ordens para dia seguinte», explica o jornalista.
«Estas ordens vão então para o gabinete do presidente na manhã seguinte e ele próprio assina todas estas ordens, que depois se cumprem», acrescenta.
Além de revelarem um regime desesperado por manter o controlo de Damasco, os documentos dão conta ainda dos planos para esmagar os protestos em Aleppo e Idlib.
Fica-se a saber ainda que o governo espiou os monitores da Liga Árabe que estiveram na Síria no final do ano passado.
A AL Jazeera diz ter razões para acreditar na autenticidade dos documentos, garantindo que foram analisados durante vários dias por duas equipas da cadeia televisiva.
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