Cerca de 85 militares venezuelanos atravessaram a fronteira e entraram na Colômbia nas últimas 24 horas. Somando àqueles que já o tinham feito, desde 23 de fevereiro, são já 411 no total. O anúncio foi feito por fontes oficiais venezuelanas.
A maioria destes militares apresentou-se na delegação regional de migração da Colômbia, cuja capital é Cúcuta, e que abriga a principal fronteira com a Venezuela.
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O canal televisivo do país NTN24, tem conseguido falar com alguns militares que já atravessaram a fronteira e desertaram a Venezuela, abandonando assim o regime de Nicolás Maduro, à procura de refúgio na Colômbia. Edgar Torres, um desses militares, rompeu a fronteira com um tanque e disse que o fez numa tentativa de permitir que a ajuda humanitária internacional entre no país.
Atravessei a ponte com o tanque para abrir caminho, sair da Venezuela e deixar a ajuda humanitária entrar" e confessou que só não seguiu caminho porque "atropelei uma mulher, saí e prestei-lhe os primeiros socorros".
EXCLUSIVO | [#VIDEO] "Cruce el puente con la tanqueta para abrir la barricada, salir de Venezuela y que ingresara la ayuda humanitaria": Entrevista con el militar que conducía la tanqueta este 23 de febrero en la mañana https://t.co/ShdmJYo9L0pic.twitter.com/N08iWBxVF6
— NTN24 Venezuela (@NTN24ve) February 24, 2019
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Edgar Torres confessou ainda que existe um grande "descontentamento" entre as forças armadas e que muitos "estão a passar por necessidades, estão a passar fome".
Um outro militar entrevistado pela NTN24 admite que a maioria dos militares "querem uma mudança" mas que é preciso "muito coragem" para sair do país e atravessar a fronteira.
[#VIDEO] "Todos piensan de la misma manera que nosotros, ya queremos un cambio" dice militar que se subleva en la frontera colombo-venezolana https://t.co/JT9eSknrg4pic.twitter.com/kU79sZxl7S
— NTN24 Venezuela (@NTN24ve) February 27, 2019
Alguns destes militares chegam à Colômbia fardados e armadas, enquanto outros o fazem à civil e, por vezes, acompanhados pelas suas famílias.
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As forças militares começaram a desertar a Venezuela no sábado, dia 23 de fevereiro, quando um grupo de voluntários tentaram entrar no país, através das fronteiras da Colômbia e do Brasil, com a ajuda humanitária para aliviar a crise que se tem vivido no país.
A crise política na Venezuela agravou-se a 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
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Juan Guaidó, presidente interino da Venezuela, vai encontrar-se com Jair Bolsonaro, na quinta-feira, em Brasília, no Brasil.
Segundo a agência de notícias Efe, está prevista um reunião entre Guaidó e Bolsonaro, que tem apoiado a Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição desde que, em janeiro, afirmou que Nicolás Maduro era um "usurpador" do poder.
Jair Bolsonaro, que assumiu a 1 de janeiro a presidência brasileira, acredita que a Venezuela vive numa "ditadura" e reiterou o seu total apoio à Assembleia Nacional enquanto "órgão constitucional eleito democraticamente".
Guaidó nomeia "PGR" com autorização do parlamentoJuan Guaidó anunciou, esta quarta-feiram que nomeou o advogado José Ignacio Hernández como "procurador especial da República" após aprovação no parlamento.
Tornámos oficial a nomeação de José Ignacio Hernández como procurador especial da República. O nosso país tem agora um representante honesto, empenhado e sem escolha partidária ao serviço da Procuradoria", disse o presidente interino da Venezuela numa publicação na sua conta no Twitter.
¡Avanzamos en el rescate de Venezuela! Hacemos oficial el nombramiento de José Ignacio Hernández como Procurador Especial de la República. Nuestro país cuenta ahora con un servidor honesto, comprometido y sin militancia partidista al servicio de la Procuraduría. #VamosBienpic.twitter.com/4nJZdcIYl4
— Juan Guaidó (@jguaido) February 27, 2019
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