Já fez LIKE no TVI Notícias?

Santos Silva recorda que Reino Unido deve proteger cidadãos europeus

Chefe da diplomacia portuguesa classificou estes acontecimentos como “absolutamente lamentáveis”, mas disse acreditar que são “fenómenos isolados”

O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou esta terça-feira “absolutamente lamentáveis” atos racistas e xenófobos no Reino Unido, após o referendo que ditou a saída da União Europeia, e recordou que este país está obrigado a proteger os cidadãos europeus.

Nos últimos dias, imigrantes no Reino Unido, incluindo portugueses, têm-se queixado do aumento de atos racistas e xenófobos, tendo as autoridades registado mais 57% de queixas contra crimes de ódio desde sexta-feira – quando foi conhecida a vitória do Brexit.

PUB

Em declarações à Lusa por telefone, o chefe da diplomacia portuguesa classificou estes acontecimentos como “absolutamente lamentáveis”, mas disse acreditar que são “fenómenos isolados”.

Augusto Santos Silva, que se encontra em Havana, em visita oficial a Cuba, sublinhou que todos - britânicos e os restantes europeus - “têm de ter consciência de que até ao momento em que o Reino Unido saia da União Europeia está sujeito a todos os deveres, responsabilidades e direitos inerentes à pertença à UE”.

A liberdade de circulação, a não-discriminação em função da nacionalidade, a proteção devida aos cidadãos europeus, qualquer que seja o seu país de origem e qualquer que seja o espaço em que encontram na União Europeia são regras claras e que são obrigatórias e vinculativas para qualquer Estado-membro”, afirmou.

Questionado se considera que estes comportamentos podem ser explicados pelas mensagens das campanhas a favor e contra a permanência do Reino Unido na UE, Santos Silva aponta “um clima emocional nos últimos processos eleitorais por essa Europa fora” e defende que deve evitar-se “um excesso de emocionalidade nos comportamentos políticos e nos processos de decisão política”.

PUB

O ministro destacou ainda que a sociedade britânica é “inclusiva e democrática” e disse acreditar que o clima regressará à normalidade.

Santos Silva afirmou que, “para evitar maior turbulência, designadamente nos mercados", o Reino Unido deve ativar “o quanto antes” o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, notificando a Comissão Europeia da sua vontade de sair da UE, para que o processo de negociação decorra nos dois anos seguintes, “com espírito construtivo e mantendo pontes”.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da UE, depois de o Brexit (nome como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira.

Logo na sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a sua demissão, com efeitos em outubro, e os líderes da UE defenderam uma saída rápida do Reino Unido.

PUB

Últimas