Os embaixadores da União Europeia no Cairo vão enviar, esta sexta-feira, uma nota de protesto para o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio contra as agressões aos jornalistas destacados no Egipto, disse à Lusa o embaixador de Portugal.
«Estamos em contacto permanente. Estamos todos muito inquietos, tem havido jornalistas agredidos, de várias nacionalidades. Estamos a fazer uma nota de protesto e que exige o julgamento das pessoas que cometeram esses aptos, na opinião dos meus colegas são polícias à paisana», disse Aristides Vieira Gonçalves, contactado telefonicamente a partir de Lisboa.
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De acordo com o diplomata português, a nota segue para o MNE egípcio ainda esta sexta-feira de manhã.
Numa descrição ao ambiente que se vive esta sexta-feira no Cairo e, mais propriamente, na praça Tahrir, o embaixador disse que «há mais gente do que nunca na praça» e ressalvou que são todos defensores do Presidente Mubarak. «As pessoas contra Mubarak só começam a chegar depois das 13:00 locais (11:00 em Lisboa), que é depois das orações da mesquita. Nessa hora é que as coisas se podem complicar. Neste momento o ambiente é calmo», afirmou.
«Há muitos, muitos manifestantes pró e haverá muitos, muitos contra. Isto tudo poderá complicar-se», acrescentou.
Aristides Vieira Gonçalves acredita que este pode ser um dos piores dias desde que começaram as manifestações, mas mostra-se confiante na actuação dos militares porque «eles já têm experiência de vários dias» e «pode ser que consigam separar as pessoas».
Quanto aos cidadãos portugueses, o diplomata disse que cerca de 20 residentes optaram por permanecer no Egipto e que a embaixada está em contacto com todos. O embaixador garantiu ainda que o pessoal diplomático não vai ser do país.
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