A Caritas Europa mostrou-se esta segunda-feira consternada com o naufrágio que no sábado matou 700 pessoas no Mediterrâneo, considerando que a atuação da União Europeia tem sido «desastrosamente ineficaz» e que «é preciso mais Europa» naquela região.
«A Caritas Europa está consternada com a tragédia de pesadelo que teve lugar ao largo da costa da Líbia no último sábado e teme que esta enésima demonstração da inviabilidade moral da 'Europa Fortaleza' esteja a matar o projeto europeu baseado na solidariedade e na defesa da dignidade de cada ser humano», adianta a organização em comunicado.
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«A abordagem europeia à imigração, focada na segurança e no controlo de fronteiras, é o que leva as pessoas desesperadas a pensarem que vale a pena recorrer a traficantes e a arriscar a vida», prossegue Caritas.
A Caritas lembra que desde o seu início em novembro de 2014, a operação Triton salvou 7 mil pessoas, enquanto a operação «Mare Nostrum» salvou 140 mil imigrantes, em 12 meses.
Este ano já morreram no Mediterrâneo mais de 1 500 pessoas, 50 vezes mais do que no mesmo período do ano anterior, segundo a Caritas.
«A morte de mais de 700 pessoas que se viram trancadas no porão do navio e se afogaram no que podemos apenas imaginar como condições absolutamente terríveis vira os holofotes da culpa, não só sobre os traficantes sem escrúpulos que colocam essas pessoas no barco, mas sobre a União Europeia», reforçou.
Jorge Nuño Mayer cita o Papa Francisco para afirmar que «não podemos permitir que o Mediterrâneo se torne num vasto cemitério».
Por isso, a Caritas reclama, entre outras medidas para ajudar a resolver o problema dos imigrantes, a abertura da canais «seguros e legais» de entrada na União Europeia, a criação de um visto humanitário, a facilitação da reunificação familiar de refugiados e migrantes ou o alargamento dos programas de admissão humanitários.
Depois do naufrágio de sábado, em que morreram 700 pessoas, já hoje registaram-se mais dois acidentes com barcos que transportavam imigrantes que causaram um número ainda indeterminado de mortos.
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