Chamam-lhes "casas prego" e são um ato de resistência raro de quem se recusa a demolir a casa mesmo que se encontre no meio de uma estrada.
O termo "prego" descreve não só a teimosia dos moradores que insistem em não se mover, mas também as casas que ficam abandonadas depois de outras propriedades vizinhas serem destruídas.
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Segundo a lei chinesa, é proibido demolir casas sem o consentimento do proprietário, que normalmente se recusa a sair por considerar a compensação inadequada.
Há habitações que se tornam alvo de disputa durante anos a fio. É o caso de uma vivenda em Nanning, cujo debate já se iniciou há mais de uma década.
De acordo com o jornal "Nanguo Morning", o governo não emitiu as licenças de despejo adequadas, pelo que na incerteza os donos da casa não aceitaram o pedido de demolição. Agora é uma estrutura em ruínas, com o telhado a cair, no meio de uma estrada de lama.
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Os condutores são até obrigados a desviar-se da estrutura que obstrui a passagem.
"Nós não sabemos porque é que a casa não pode ser demolida", afirma Huang, um morador local.
O porta-voz do departamento de desenvolvimento urbano-rural garante que a exigência dos proprietários "não se encaixa na política de compensação de demolições de Nanning", pelo que as partes estão a negociar.
Também na cidade de Chongqiq, o casal Yang Wu e Wu Ping recusa-se, há já vários anos, a aceitar o pagamento do governo. Outras 280 famílias resistiram durante algum tempo à pressão, mas acabaram por se mudar e dar espaço para a construção de centro comercial.
Nem mesmo o facto de os empreendedores cortarem a energia e a água e escavarem um poço fundo de 10 metros à volta da casa desmotivou os proprietários.
"Não nos devemos deslocar. Vamos viver e morrer com a casa", gritou Wu Ping da janela quando questionado pela imprensa local.
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