Um juiz norte-americano de Utah, um Estado tradicionalmente conservador, ordenou a um casal homossexual que desista de adotar um bebé, justificando que as crianças ficam mais bem entregues a casais heterossexuais.
De acordo com a Associated Press, April Hoagland e Beckie Peirce, que tinham avançado com o pedido de adoção, não se conformam com a decisão do magistrado. A criança, uma menina com um ano, estava há três meses ao cuidado do casal, que tem agora de a entregar após a decisão que o juiz do Tribunal de Menores tomou na quarta-feira.
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“Nós amamos a criança e ela a nós, não fizemos nada de mal”, disse Beckier Peirce à cadeia de televisão local KUTV.
“Ele nunca pôs os pés na nossa casa, jamais passou tempo com a criança na nossa casa, pelo que não sabe nada sobre ela”, acrescentou Beckier Pierce.
De acordo com as duas mulheres, o juiz terá sido influenciado por convicções religiosas.
Desde 26 de julho que, por decisão do Supremo Tribunal dos EUA, o casamento homossexual e as adoções são legais em todos os Estados do país. O Utah é considerado um dos Estados mais conservadores dos EUA: mais de metade dos três milhões de habitantes são mórmons e rejeitam o casamento homossexual.
April Hoagland e Beckie Peirce já anunciaram que vão recorrer da sentença, alegando que um juiz não pode impor uma decisão baseada em crenças religiosas.
Mas a polémica está lançada. O governador republicano de Utah, Gary Herbert, não tardou em reagir e disse, esta quinta-feira, que um magistrado deve cumprir a lei e não injetar crenças pessoais na decisão.
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no Twitter“Ele pode não gostar da lei, mas tem de seguir a lei. Nós não queremos ter ativismo no tribunal de qualquer forma ou maneira", disse o governador aos jornalistas.
“Ser bom pai ou mãe não nem nada a ver com a orientação sexual – milhares de famílias fazem prova disso”, escreveu Hillary Clinton.
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