PUB
Michel Catalano, o gerente da gráfica onde os autores do atentado ao jornal «Charlie Hebdo» se barricaram esta sexta-feira, ainda está em estado de choque depois da experiência «surreal» pela qual passou. O francês esteve uma hora com os terroristas, dentro da empresa, com quem conversou e a quem até ofereceu café. Uma história incrível que até parece saída de um filme de Hollywood.
Na sexta-feira, faltavam poucos minutos para as 8:00 (7:00 em Lisboa) quando Catalano ouviu a campainha da empresa tocar.
«Não estava nada preocupado porque esperava um fornecedor», explicou ao «Le Fígaro».
«Vi que eles tinham uma kalashnikov e um lança rockets. Imediatamente disse ao Lilian para se esconder», contou.
«Tive um momento incrível com eles. Ofereci-lhes café no meu escritório e conversámos», afirmou.
«Em nenhum momento foram agressivos» disse.
PUB
Mais, segundo o gerente, foram os terroristas que o aconselharam a chamar a polícia e a informar as autoridades de que eles se encontravam ali com ele.
«Pedi-lhes para deixarem-no ir e eles aceitaram sem problemas», refere.
«Fiz-lhe um curativo», revelou.
«Disseram-me 'não se preocupe, vamos deixá-lo ir'.»
São e salvo, o gerente conseguiu assim escapar à experiência que caraterizou como verdadeiramente «surreal». Já cá fora, contou aos polícias que Lilian estava escondido dentro do edifício.
nunca chegaram a saber que uma terceira pessoa se encontrava escondida na gráfica«Se lhe tivesse acontecido alguma coisa, não me perdoaria para o resto da vida», afirmou.
PUB
À noite, em casa, Catalano pôde abraçar a família mais uma vez.
«Quando chegou a casa, não dissemos nada. Apenas o abraçámos e dissemos-lhe que o amamos», contou o filho Valentin.
PUB