Chen Qiushi é advogado e ativista de direitos humanos. Desde que rebentou a epidemia de coronavírus na China, Qiushi tornou-se também cidadão-jornalista ao reportar, de forma independente, a evolução da propagação do vírus no país. Desde quinta-feira que a família nada sabe dele.
Durante os últimos meses, Qiushi publicou nas redes sociais vários vídeos, dando a conhecer as condições dos hospitais e as ruas de Wuhan vazias, mostrando a falta de capacidade do Governo de Pequim para lidar com a situação.
PUB
A 29 de janeiro, divulgou um vídeo em que mostrou a falta de máscaras, fatos e equipamentos de proteção e falhas no fornecimento de medicamentos e kits de teste para detetar o vírus.
Precisamos de médicos. O surto continua sério. Há vários problemas por resolver”, dizia.
O departamento de Justiça voltou a convocar-me. A esquadra de Polícia de Qingdao também me telefonou. Perguntaram-me onde estava. Pediram-me para cooperar na investigação”, acrescentava.
No mesmo vídeo, o homem contava que as autoridades tinham falado com a família. “Tenho o vírus à minha frente e atrás de mim as autoridades”, sublinhava.
PUB
Assegurou que não tinha medo da morte e que iria continuar a mostrar ao mundo a situação em Wuhan enquanto estivesse vivo, desafiando diretamente o Partido Comunista chinês.
Agora, ninguém sabe dele e já viralizou a hashtag #FindQiushi. Um amigo divulgou um vídeo onde assegura que Qiushi foi levado à força pelas autoridades e o telemóvel que usava para fazer os vídeos que postava foi confiscado. O mesmo amigo adianta que, aos pais de Qiushi foi dito que ele foi levado para uma quarentena forçada, já que se expôs ao vírus para fazer as suas reportagens.
A família desconfia da versão oficial, já que todos os cidadãos colocados em quarentena têm acesso ao telemóvel e os pais não conseguem falar com ele desde que desapareceu.
PUB