A campanha na corrida há Casa Branca está ao rubro e vale tudo para conquistar eleitores.
Por isso mesmo não é de estranhar que o foco da campanha de Hillary Clinton, deste sábado à noite, se sido a notícia do The New York Times sobre a declaração de imposto de Donald Trump de 1995, que revela que o candidato republicano declarou 814,4 milhões de euros de prejuízos, o que lhe permitiu não pagar impostos ao longo de vários anos. Concretamente, mais de 18 anos.
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Uma revelação que é só mais lenha para a fogueira eleitoral, onde Trump se recusa a mostrar publicamente a sua declaração de impostos, a menos de 40 dias das eleições para a presidência dos Estados Unidos.
Segundo a CNN, a campanha de Trump fez um grande esforço para dar a volta à notícia e aos esforços de Clinton que a tornaram na “surpresa de outubro”. Oficialmente a candidatura republicana disse que Trump tem uma “responsabilidade fiduciária”, como homem de negócios, de pagar não mais que os impostos que lhe são legalmente exigidos.
O próprio magnata acabou por denunciar o documento alegando que o jornal e o “poder” dos media “instituído” são uma mera arma na campanha de Clinton.
O relatório, a que o The New York Times teve acesso, tem mais detalhes sobre o império financeiro de Trump do que alguma vez divulgados. E, obviamente, foi, de imediato, utilizado como o grande tema da campanha da adversária para justificar o porquê da recusa de Trump em revelar a sua declaração de impostos.
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A campanha democrática fala de um “relatório explosivo” e diz que o artigo do jornal “releva a natureza falhada dos negócios passados de Donald Trump e como ele pode ter evitado pagar qualquer tipo de impostos ao longo dos anos.”
A CNN diz ainda que não verificou a autenticidade dos documentos revelados pelo jornal e noticia que o próprio Trump de defendeu esta manhã no Twitter, dizendo que conhece "melhor o sistema fiscal norte-americano que qualquer pessoa que se tenha candidatado a presidente e é o único que pode corrigi-lo”.
E acrescentou: “criei mais de dez milhões de empregos e trarei grande properidade aos americanos. A Hillary só criou emprego no FBI e no DOJ!".
Na declaração anterior, ainda no sábado à noite, a campanha de Trump disse que o candidato pagou milhares de milhões de dólares de outros impostos, incluindo sobre património imobiliário.
A única novidade aqui é que, alegadamente, uma declaração com mais de 20 anos foi, ilegalmente, obtida pelo The New York Times. De resto, como o poder, dos media instituídos, em geral, é uma extensão da campanha de Clinton, do Partido Democrata e dos seus interesses”, dizia o comunicado.
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Na análise a CNN considera a declaração da campanha de Trump “notável” porque não nega diretamente o documento divulgado pelo The New York Times. Também refere que ele pagou outros impostos, mas não diz especificamente que foram sobre o rendimento.
O candidato tem dito que os seus rendimentos dos últimos anos estão a ser auditados e que os seus advogados lhe disseram que seria pouco prudente revelá-los enquanto a auditoria estiver em curso.
Mas o fato, diz a CNN, é que não há qualquer razão para uma pessoa que está a ser auditada não revelar a declaração de impostos quando está na corrida a um cargo público. Além disso, há décadas que os candidatos presidenciais revelam a declaração de impostos.
Mas ao recusar revelar a sua declaração de rendimentos, Trump, que tem quebrado todas as regras durante a sua “incrível” campanha política, parece apostado em durar mais que os opositores que querem fazer do seu historial fiscal o tema crucial no jogo da campanha, acrescenta a estação de televisão no site oficial.
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O impacto das revelações deste sábado são difíceis de avaliar no imediato mas vão conseguir manter o tema dos impostos de Trump e da sua forma de fazer negócios no centro da campanha nas próximas semanas.
Trump acabou de passar uma semana difícil, com a maioria dos analistas a concordarem que ele perdeu o primeiro debate presidencial crucial para Clinton. Isto, numa semana também marcada pela guerra de palavras com ex-miss Universo, Alicia Machado. No jogo das palavras Trump não se saiu bem contra Clinton no tema sobre mulheres e hispânicos - duas demografias cruciais que podem ajudar a decidir a eleição de novembro.
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